Relatório Randzio-Plath - a situação económica europeia e as orientações gerais para as políticas económicas
Declaração de Voto de Ilda Figueiredo
26 de Fevereiro de 2004

 

A caracterização da situação económica e social da União Europeia, neste relatório, apresenta muitas lacunas, apesar de não poder deixar de constatar o forte abrandamento económico desde 2000, o aumento do desemprego e as elevadas taxas de pobreza e abandono escolar que persistem. Contudo, o caminho apontado não altera uma vírgula às orientações de política económica e monetária seguidas, continuando a privilegiar as "reformas estruturais" da "estratégia de Lisboa" com vista ao sacrossanto objectivo de aumentar a competitividade. Por isso, voto contra o presente relatório.

Esquece-se que, devido, em grande parte, aos constrangimentos do Pacto de Estabilidade e de uma política monetária demasiado restritiva, a taxa de crescimento do PIB na UE tem acusado um decréscimo contínuo, encontrando-se a economia europeia em vias de estagnação, com um aumento consequente do desemprego.

Importante era pôr em marcha uma política de relançamento económico e de sustentação da procura a curto e médio prazo, apostando numa revalorização da produção e do trabalho com vista a promover o crescimento económico, o emprego e a coesão social e assente num aumento sustentando do investimento público, nacional e comunitário, nomeadamente em infra-estruturas de base, na qualificação e formação profissional, na investigação e inovação, no ambiente e no apoio às pequenas e médias empresas.