Declaração de Voto da deputada
Ilda Figueiredo no PE
Conselho Europeu de Estocolmo - Aspectos Económicos
e Sociais
5 de Abril de 2001
Apesar da desvalorização dos resultados da Cimeira de Estocolmo por grande parte da comunicação social, ocorreram avanços, dando eco aos objectivos dos grupos económicos e financeiros que dominam a economia europeia, como a proposta da Comissão tão bem espelhava. Ficando, desde já, o caminho traçado. Tal como na história do copo meio de água, há quem o veja "meio cheio" ou " meio vazio".
A estratégia de Lisboa de acelerar a liberalização, designadamente através das privatizações dos transportes, serviços postais, electricidade e gás e das telecomunicações, apesar de tudo, consolidou-se no Conselho de Estocolmo. Por outro lado, acelerou-se o processo de integração dos mercados financeiros.
Relativamente à recuperação do "pleno emprego" não significa necessariamente o aumento do número de empregos de qualidade, nomeadamente se este aumento ocorre à custa de uma maior precarização do trabalho.
Quanto à chamada "modernização do modelo social europeu",
reafirmou-se o ataque ao sistemas de pensões e a adaptação
da segurança social, tendo-se aberto o método de coordenação
aberta nesta área e incluído este objectivo nas orientações
económicas anuais da UE. É de salientar, contudo, que os diminutos
ecos da estratégia de Lisboa na parte social se devem à luta dos
trabalhadores e de todos os progressistas que querem uma economia mais atenta
aos problemas das pessoas e um desenvolvimento sustentado, como é o nosso
caso.