Objectivos, produtos e destinatários do Plano Estratégico Nacional do Turismo
Intervenção de José Soeiro (sessão de perguntas ao Governo)
3 de Fevereiro de 2006
Sr. Presidente,
Ouvi atentamente e procurei apreender as questões colocadas inicialmente pela Sr.ª Deputada Hortense Martins ao Sr. Secretário de Estado e, na verdade, creio que o Sr. Secretário de Estado também deve ter sentido o mesmo que eu e ter-se-á perguntado quais eram as perguntas, porque quando a bancada começa por dizer aquilo que compete ao Governo, isto é, que a actividade turística é uma prioridade estratégica para o Governo, naturalmente que retira um pouco de espaço à afirmação que gostaríamos de ouvir depois, por parte do Governo, dado que esta matéria tem sido até bastante polémica.
O Sr. Secretário de Estado veio-nos prometer um quadro de referência estratégico para 10 anos. Passou um ano e o Sr. Secretário de Estado trouxe-nos a perspectiva de um quadro de referência estratégico para os próximos 10 anos e apontou a «casa dos 10». São 10 anos, são 10 produtos e serão outros 10 qualquer coisa!… Mas o que esperávamos era algo de mais concreto, mais objectivo. O Sr. Secretário de Estado falou no Alentejo e no litoral alentejano e a Norte ficou-se pelo Vidago. Pelo menos, já ouvi melhor do Sr. Secretário de Estado! Já ouvi melhor e esperava melhor de si, Sr. Secretário de Estado.
Por isso, se o que se pretende, na verdade, é ouvir os agentes do sector, posso dizer-lhe que tenho pro curado ler o que vão dizendo os agentes do sector, e só ouço queixas!
Queixas de indefinições, de falta de estratégia. E são mais de 10 agentes! É a confederação do turismo, as agências de viagens,…
Quer mais? Sr. Presidente, se me der tempo eu leio 10 ao Sr. Deputado Afonso Candal.
Inclusive, meto lá a Eurominas, que é um factor de desenvolvimento estratégico do turismo com imaginação!…
A pergunta concreta que quero colocar é se, na verdade, o Sr. Secretário de Estado está a ter em conta as críticas dos diferentes agentes do sector, que todos os dias aparecem na comunicação social a acusar o Governo. E acusam o Governo de quê? De que são confrontados com factos, de que não são ouvidos sobre a estratégia. Daí que haja uma contradição entre aquilo que o Governo refere quanto ao diálogo, a audição e a preocupação em envolver as entidades e, depois, a resposta pública dos agentes dizendo que não são ouvidos, que não são tidos em conta e que vão em direcções erradas em diferentes matérias.