Relatório Bradbourn - rede transeuropeia
de transportes
Declaração de Voto de Sérgio Ribeiro
11 de Março de 2004
A questão que se coloca, em Portugal como noutros países, é a integração e coerência da alta velocidade com a restante rede ferroviária, formando uma malha coerente de acessibilidades para as populações, garantindo conexões com as regiões do país e o exterior, contribuindo para a coesão económica, social e territorial.
Portanto, a par do TGV, é indispensável acabar obras de modernização da rede nacional, com aumentos substanciais de velocidade, novas sinalizações, electrificação, duplicação nos troços sobrecarregados, sistemas de controlo automático, melhoria substancial da qualidade e funcionalidade das estações, aquisição de material circulante adaptável às diferentes bitolas.
A proposta da Comissão continua a Comunicação "investir em redes e no conhecimento com vista ao crescimento e ao emprego". Mas, em Portugal, enquanto se aposta no TGV, agora integrado no pacote "arranque rápido", prepara-se o desmantelamento da Bombardier, empresa nacional altamente especializada, preparada para este desafio.
Muitos projectos TGV, integrados pelo Conselho nesse pacote, têm o final previsto para, aproximadamente, a altura proposta pela Comissão para liberalização do transporte internacional de passageiros. O que seria curioso se não fosse ilustração de contradições, prevalecendo sempre o que menos serve as populações, sempre em prejuizo do serviço público.
Insiste-se, nesta DV, na absoluta necessidade dos projectos e as acções serem avaliados em termos da indispensável articulação entre as políticas nacionais e as redes transeuropeias.