Sobre a anunciada intenção
de desactivação da SOREFAME-Bombardier
Pergunta Oral de Ilda Figueiredo
18 de Março de 2004
A empresa canadiana Bombardier - indicada como o maior fabricante mundial de comboios - anunciou a intenção de desactivar totalmente ou em grande parte, sete unidades na Europa - algumas das quais referenciadas pela sua elevada qualidade de produção -, pelo menos em Portugal, na Grã-Bretanha, na Alemanha, na Suécia e na Suíça.
Trata-se de uma intenção que, a ser concretizada, colocará directamente em causa, e no mínimo, cerca de 6.600 postos de trabalho, com profundos impactos sócio-económicos para as regiões afectadas e com consequências dramáticas para os trabalhadores e as suas famílias.
Esta situação é tanto mais estranha, quando existem nestes países projectos de grande vulto, alguns dos quais com financiamento comunitário, que a serem concretizados potenciarão necessariamente a produção neste sector. Acrescente-se, que alguns destes países - caso de Portugal -, a ser implementada tal intenção, confrontar-se-ão com o encerramento da única unidade de produção de material circulante ferroviário existente no seu território.
Assim, pergunto à Comissão:
1 - Que medidas pensa tomar - ao nível do apoio às empresas, investimentos públicos, concursos públicos, entre outras - para garantir o emprego e a produção nestas empresas, evitando as graves consequências para os trabalhadores e suas famílias e potenciando o desenvolvimento económico nas regiões afectadas?
2 - Se a empresa Bombardier recebeu apoios ao abrigo de programas comunitários? Se sim, quais? E que medidas pensa a Comissão tomar para que este investimento não seja perdido?
3 - Não considera a Comissão que este exemplo, entre muitos outros, evidencia a necessidade de uma intervenção pública em empresas de importância estratégica fundamental, designadamente multinacionais, para garantir o emprego, a produção e o desenvolvimento?