Sobre o encerramento da Bombardier
Intervenção de Ilda Figueiredo
20 de Abril de 2004

 

Senhor Presidente, Senhor Comissário, gostaria ainda de lhe dizer o seguinte: tem havido muitas deslocalizações de multinacionais em Portugal; o desemprego hoje cresce a taxas alarmantes, mais de 500 mil desempregados num país em que a população activa não chega aos cinco milhões. Creio que pode concluir daí a gravidade da situação.

Mas o caso da Bombardier, ex­Sorefame, em Portugal, é um autêntico crime económico e social porque é a única empresa que temos nesta área da construção de carruagens para comboios, que tem uma alta tecnologia desenvolvida ao longo dos anos, porque o seu encerramento implica que o nosso país fica na dependência total de outros países e porque, indo estes trabalhadores para o desemprego, se perde com eles um conhecimento de dezenas de anos.

Isto é um crime económico e social.

Pergunto, Senhor Comissário, como é que esta Comissão Europeia pode dizer que está empenhada em lutar contra a pobreza, pela criação de emprego, pela construção de ferrovias, pelo desenvolvimento ambiental, económico e social, quando deixa que isto aconteça com uma multinacional canadiana num país com graves problemas económicos e sociais como Portugal?