Intervenção do Deputado
Bernardino Soares
Decreto-Lei nº 99/2001, de 28 Março,
que coloca as escolas superiores de enfermagem
e de tecnologia da saúde públicas
sob tutela exclusiva do Ministério da Educação
e procede à reorganização da sua rede,
bem como cria os Institutos Politécnicos
da Saúde de Coimbra, de Lisboa e do Porto
1 de Junho de 2001
Sr. Presidente,
Srs. Deputados,
Srs. Membros do Governo
Ninguém põe em dúvida a vantagem da tutela única em relação à dupla tutela, que tantos prejuízos trouxe às escolas de enfermagem, mas também não se aceita que o Governo e o PS venham aqui dizer que, porque diversas entidades foram ouvidas no âmbito da preparação da Lei de Ordenamento do Ensino Superior, isso dispensa a sua audição no âmbito da preparação deste decreto-lei que hoje estamos aqui a apreciar.
A verdade é que, por exemplo, a Ordem dos Enfermeiros, apesar de, há muitos meses, ter pedido uma audiência ao Governo, foi recebida no dia a seguir ao Governo ter aprovado em Conselho de Ministros este diploma, e, por exemplo, o Governo respondeu a um requerimento do PCP dizendo que os estudantes de enfermagem não tinham de ser ouvidos nesta matéria porque só eram ouvidos nas questões de política educativa e este assunto não merecia a sua audição! Foi esta a preparação, o diálogo e o contacto com as entidades desta área que o Governo levou a cabo!
Quanto à questão do ensino politécnico, Sr. Secretário de Estado, quem discrimina o ensino politécnico é o Governo, com a sua política. Foi isso que disseram-no, no âmbito das audições para a Lei do Ordenamento do Ensino Superior, os presidentes e os representantes do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos.
Sr. Secretário de Estado, pode explicar-nos qual é a igualdade
que existe entre o ensino universitário e o ensino politécnico,
na política do Governo, quando as bolsas do ensino politécnico
são metade das do ensino universitário?