1. Esta é a hora de começar por salientar
que, como o país sabe e ninguém pode contestar, nestas eleições o objectivo
central da campanha da CDU foi o reforço da sua votação e do número de deputados
eleitos.
Esse objectivo foi alcançado. Pela primeira vez desde há muitos anos, a CDU
aumenta a sua percentagem. Passa para terceira força política mais votada. E
deverá eleger 17 deputados (mais 2), sendo de sublinhar que esse
crescimento se verifica em dois distritos (Setúbal e Braga) com
uma grande massa de trabalhadores, assumindo um especial significado a eleição
de um deputado pelo distrito de Braga, facto que não se verificava desde 1991.
Trata-se de um resultado muito positivo, tanto mais quanto se tiver em conta
o quadro político em que se realizaram as eleições e que comportava factores
muito favoráveis ao PS.
Representando um sinal de inversão de tendência, trata-se de um resultado muito
estimulante e promissor que favorece uma dinâmica de maior afirmação e intervenção
de uma grande, coerente e influente força de esquerda.
2. A verificar-se, como tudo parece indicar,
a não obtenção pelo PS da maioria absoluta em que o PS e António Guterres apostaram
de forma clara e expressa, tratar-se-á de um facto muito positivo para os interesses
dos trabalhadores e a vida política nacional, pelo qual a CDU também se bateu
e para o qual também contribuiu.
3. Agradecendo a confiança manifestada
por todos os eleitores que, com o seu voto na CDU, permitiram este resultado,
a todos quero garantir que a CDU prosseguirá, com renovado empenho e energia,
a sua luta e intervenção por uma viragem à esquerda na política nacional e que
honrará todos os compromissos assumidos na campanha eleitoral.
4. Quero finalmente saudar calorosamente
todos os militantes e simpatizantes do PCP e do Partido «Os Verdes», a Intervenção
Democrática, os activistas da CDU e os milhares de independentes a quem se deve
o dinamismo e o êxito desta campanha e que, generosamente contribuíram para
que hoje todos possamos justamente sentirmo-nos animados, em todo o país, por
uma ainda maior confiança e certeza de que representamos uma grande corrente
de ideais e de convicções e de que somos portadores de um projecto político
com futuro, audaciosamente voltado para ganhar um maior apoio na sociedade portuguesa.