Festa do «Avante!» 1998 - Abertura
Discurso de Carlos Carvalhas
4 de Setembro de 1998
Hoje é para nós um dia de grande significado. Depois de tantas e tantas horas de trabalho, da direcção da Festa e dos seus obreiros – militantes e amigos do Partido e de todos aqueles e aquelas que a debateram, sonharam e projectaram e depois lhe deram vida, aqui estamos neste acto singelo de "abertura" a dar início à Festa do "Avante!".
A grande festa da democracia, da liberdade e da alegria, festa do povo e da juventude, sempre renovada, sempre ponto de encontro de militantes, de amigos e de companheiros.
Uma festa para todos! Uma festa com calor humano que procura não excluir ninguém, uma festa reconhecida como um grande evento político cultural e que nos seus diversos planos e nos seus aspectos mais tocantes e mais fraternos exprime também os valores e os ideais que impulsionam, inspiram e dinamizam a intervenção e a luta desse grande colectivo que é o Partido Comunista Português.
Visitada todos os anos por cidadãos dos mais diversos credos e quadrantes políticos, a Festa do "Avante!" é também um grande espaço de solidariedade com os trabalhadores e os povos em luta.
E, no nosso país, quando temos pela frente importantes batalhas como a regionalização e quando o governo com o rótulo de socialista quer persistir com a política neoliberal, intensificando a concentração da riqueza e quer persistir em concretizar um novo conjunto de graves alterações às leis laborais que põem em causa, se aprovadas, direitos essenciais duramente conquistados, a Festa do "Avante!" é também um grande espaço de debate e informação, mobilização e de luta contra políticas injustas, retrógradas e hipócritas que criarão dificuldades acrescidas ao povo português.
Se não alterar a sua orientação, nomeadamente em relação às reformas salariais e legislação laboral, o governo será o responsável pela desestabilização social que se venha a verificar. E não será com festas, com malabarismos verbais, ou com convergências em torno da regionalização que o governo travará a indignação, o descontentamento, o protesto, a intervenção e a luta de importantes sectores e camadas da nossa população com destaque para os trabalhadores e para os jovens trabalhadores.
O país não é um pavilhão da utopia ou uma realidade virtual.
Por isso, não é com o reforço da propaganda, a multiplicação das promessas e uma política de avestruz que se dá resposta à grave situação de milhares de agricultores, pescadores, trabalhadores e pequenos e médios empresários.
É tempo de mudar de rumo. Basta de política neoliberal. Política neoliberal que também é defendida pelo PSD e PP mas que agora procuram fazer esquecer que têm estado de acordo com o essencial da política do PS, que fizeram as negociatas da Revisão Constitucional, dos referendos, que viabilizaram os Orçamentos propostos pelo governo. Agora a um ano das eleições querem aparecer muito preocupados com os reformados e com as questões sociais! Não há limites para a demagogia e para a farsa!
Saudando-vos a todos, permitam-me uma saudação muito especial aos construtores da nossa Festa e nomeadamente aos jovens e à JCP que aqui deixaram o seu esforço e criatividade e que com a sua presença, com a sua alegria e formas próprias de estar também a marcam como a grande festa da juventude.
A Festa é para todos. Que sejam três dias de animação e cultura, de alegria, convívio e fraternidade.
Viva a Festa do Avante!
Viva o PCP!