Sobre a demissão de Freitas do Amaral do cargo
de Ministro dos Negócios Estrangeiros
Declaração de Jerónimo de
Sousa, Secretário-geral do PCP
30 de Junho de 2006
1. A demissão de Freitas do Amaral do Ministério dos Negócios Estrangeiros e a sua substituição pelo actual Ministro da Defesa – Luís Amado, bem como, a nomeação de Nuno Severiano Teixeira para o Ministério da Defesa, corresponde a um maior alinhamento do Governo Português com as orientações e posições contrárias ao direito internacional.
2. A demissão de Freitas do Amaral, no actual quadro de agravamento da situação internacional, nomeadamente na Palestina e em Timor Leste, levanta sérias preocupações quanto ao perigo de uma inflexão negativa da política do governo orientada para a convergência com os processos em curso de intervenção contra a independência e a soberania de Timor Leste.
3. A situação internacional e o agravamento dos factores de instabilidade decorrentes da acção agressiva do imperialismo, exigem uma política externa portuguesa que aplique o projecto de paz e cooperação inscrito na Constituição da República Portuguesa.
4. Esta remodelação revela elementos de instabilidade no Governo, inseparáveis da sua política de confronto com os interesses do povo português, de que é exemplo a situação na área da Defesa e das Forças Armadas.
5. O PCP reafirma a necessidade de uma ruptura
que abra caminho a um novo rumo político capaz de responder aos problemas
nacionais e do povo português.