"A manifestação"
Ruben de Carvalho no "Diário de Notícias"
16 de Fevereiro de 2003
O prof. Freitas do Amaral não foi à manifestação pela paz. O PS do dr. Ferro Rodrigues também não.
O prof. Freitas do Amaral entendeu que a manifestação fora partidarizada. Em seu entender, tal sucedeu porque houve partidos que a apoiaram. Essencialmente, claro, o PCP.
O PS do dr. Ferro Rodrigues também não foi. As explicações são mais embrulhadas, mas, parece, queria evitar que a manifestação - fosse partidarizada!
Em resumo, não foram.
Percebe-se o prof. Freitas.
O político que mais vezes se tem candidatado a tudo (e perdido), sobre a crise iraquiana piscou um olho à esquerda com o dr. Mário Soares e alinha com a direita na recusa do protesto público e de massas. Percebe-se.
E o dr. Ferro Rodrigues? Percebe-se? Presume-se que quereria que o seu partido interviesse sempre, enquanto tal, na política. Parece que não. Quando a política vem para a rua, diz aos militantes para ficarem em casa.
A manifestação foi o que se viu. Conclusão, o prof. Freitas, felizmente, falha tudo, e o dr. Ferro Rodrigues, naturalmente, não consegue nada. Sem o prof. Freitas, nem o dr. Ferro Rodrigues, a manifestação foi um êxito. Uma vitória para a paz e uma derrota para eles.