Mais do que a composição e orgânica do Governo, o importante é conhecer o seu Programa e a política que em concreto venha a realizar.
Os resultados das eleições de 20 de Fevereiro, que constituiram uma clamorosa condenação do governo de coligação PSD/CDS-PP, expressaram uma profunda vontade de mudança e uma clara exigência do fim de muitos anos de políticas de direita responsáveis pela grave situação do país.
A acrescer a afirmações e omissões durante a campanha, há nomes que colocam interrogações e aumentam inquietações quanto ao rumo político que vai ser seguido. Não é um bom sinal que do elenco governamental anunciado façam parte pessoas conhecidas pelas suas posições neoliberais ou comprometidas com governos anteriores e que manifestamente não oferecem garantias das necessárias mudanças de políticas.
Os problemas de Portugal não se resolvem com uma política que continue a agravar os problemas dos portugueses.
O PCP agirá para que sejam concretizadas as aspirações
de mudança dos trabalhadores e do povo português e nesse sentido
apresentará propostas na Assembleia da República, nomeadamente
para o combate ao desemprego e a promoção do desenvolvimento e
da justiça social, a revogação do Código do Trabalho,
o aumento do salário mínimo nacional e das pensões de reforma,
a revisão do Pacto de Estabilidade e Crescimento, a aplicação
da cláusula de salvaguarda para a defesa do sector têxtil, uma
maior justiça fiscal e a despenalização da IVG. Estas são
algumas questões urgentes relativamente às quais o futuro Governo
terá que rapidamente clarificar a sua posição.