Voto (de Pesar) nº 2/VIII Pelo falecimento de Luís Sá
Intervenção do deputado Octávio Teixeira
27 de Outubro de 1999

 

A morte é sempre estúpida.
Mas para nós, a morte do Luís foi ainda muito mais estúpida.

Porque nos roubou um camarada e amigo jovem. Jovem na idade e jovem no muito que ainda tinha para dar ao seu Partido de sempre, à política portuguesa, à Assembleia da República, à ciência social e à Universidade.

Do Luís Sá recordaremos sempre a sua sensibilidade, a sua inteligência, a solidariedade nunca regateada e a inabalável amizade que nutria por cada um de nós, por cada um dos seus camaradas.

Nunca poderemos esquecer a intensidade com que vivia a vida. A intensidade que emprestava a tudo o que fazia e a tudo em que se empenhava: na actividade partidária, na intervenção política e parlamentar, na investigação e actividade científica e académica.

Não olvidaremos a paixão autêntica com que se dedicou à construção e desenvolvimento do poder local democrático ( que tanto lhe deve) e à ciência política.

E para sempre ficará o seu exemplo de conciliação da actividade científica com a actividade e a intervenção políticas. Sem quaisquer cedências. Sem cedências no rigor e seriedade intelectuais, sem cedências nas convicções políticas e ideológicas que sempre perfilhou.
Com a estúpida morte do Luís Sá, o PCP perdeu um militante e dirigente abnegado, cada um de nós perdeu um camarada muito amigo. A Assembleia perdeu um Deputado exemplar, o país perdeu um cidadão de grande mérito.

Em nome do Grupo Parlamentar do PCP e em meu nome pessoal, quero, mais uma vez, manifestar a nossa profunda tristeza e a nossa solidariedade amiga à Ana Teresa, aos filhos e aos irmãos do Luís, ao seu pai e meu velho professor.