Intervenção do Deputado
Honório Novo
Orçamento do Estado para 2001
(Debate na generalidade)
7 de Novembro de 2000
Sr. Presidente,
Srs. Deputados
Registo com agrado a intervenção da Sr.ª Ministra do Planeamento
sobre as GOP. Penso que é uma forma elegante mas clara de tentar desmentir
aquilo que consta do parecer do Conselho Económico e Social sobre as
GOP.
Procura o Governo, através desta intervenção cometida à
Sr.ª Ministra, desmentir que, de facto, ao contrário do que diz
esse parecer, «não prevalece nenhum poder de coordenação,
já que os Ministérios do Planeamento nos últimos governos
não tinham esse poder, o que exigiria um poder político mais perto
do Primeiro-Ministro.» Congratulo-me com esta intervenção
que, indirectamente, procura desmentir o fraco papel do Ministério do
Planeamento na coordenação das GOP.
Sr.ª Ministra, importava ver, antes de reflectirmos sobre as Grandes Opções
do Plano para 2001, o grau de execução do PIDDAC no ano que termina.
E o PIDDAC regionalizado, que, só ontem, nos foi distribuído,
ao contrário do que acontecia com os dos anos anteriores, não
tem elementos sobre a execução prevista, o que é pena.
É pena, mas é uma forma indirecta de, enfim, evidenciar, ou tornar
claro, por vias travessas, que esse grau de execução é
relativamente baixo.
Queríamos, se fosse possível, que nos desse, por um lado, uma
informação rigorosa sobre o grau de execução desse
PIDDAC e, por outro, uma explicação sobre o porquê de esse
PIDDAC regionalizado não ter, este ano, uma informação,
que é importante, para averiguar dessa execução a nível
de cada um dos distritos.
Finalmente, Sr.ª Ministra, em Setembro, foi tornado público por
autoridades comunitárias que a apresentação de candidaturas
do Governo português ao Fundo de Coesão estava atrasada, o que
podia comprometer as verbas colocadas à disposição do Governo
português. Podia comprometê-las, no sentido de que Portugal poderia
ser obrigado a devolver verbas face às novas regras. E não me
consta, apesar da boa vontade pessoal demonstrada pela Sr.ª Ministra, que
tenha sido desmentido esse facto junto da Comissão Europeia. Pelo menos
em termos de informação pública nada foi referido.
Gostava que a Sr.ª Ministra, de uma forma clara, dissesse se isto é
ou não verdade e se a tal velocidade de cruzeiro de que fala vai ser,
afinal, uma velocidade de pouco cruzeiro.