Intervenção da deputada
Ilda Figueiredo no PE
Relatório Dybkjaer - relatórios anuais da igualdade de oportunidades
5 de Outubro de 2000
Como os relatórios da Comissão reconhecem, continua a haver
grandes questões por resolver neste campo da igualdade de oportunidades
entre homens e mulheres. Em praticamente todas as áreas de actividade
mantêm-se profundas desigualdades. Apesar da diversidade de situações
dos Estados - Membros, em geral, as mulheres estão menos presentes
do que os homens no mercado de trabalho, são as mais atingidas pelo
desemprego, incluindo pelo desemprego de longa duração, trabalho
precário, a tempo parcial, atípico, inseguro e mal pago. Os
salários médios das mulheres continuam a ser inferiores, em
média, em cerca de 28% relativamente aos dos homens, o que contribui
para que as mulheres sejam a maioria da população pobre e dificulta
a sua participação na vida social e política.
Ora, sabendo-se que um emprego de qualidade e com direitos é uma base
fundamental para assegurar a igualdade entre homens e mulheres e garantir
a estas a sua autonomia em pé de igualdade com os homens, impõe-se
que se analisem as causas desta situação e se tomem as medidas
necessárias para a ultrapassar, designadamente nas políticas
de emprego, de formação, educação e infra-estruturas
de apoio às crianças e à família, dando prioridade
a esta questão no plano prático e não apenas nas declarações
de intenções.
Quanto à participação no processo de decisão,
tanto a nível político como a nível profissional e sindical,
as mulheres continuam a estar em minoria. E se esta situação
se explica, em parte, pelas dificuldades que as mulheres enfrentam no mercado
de trabalho e na família, também é verdade que se impõe
que os partidos políticos assumam a sua responsabilidade democrática
de garantir a igualdade de oportunidades de participação das
mulheres na vida política e nos respectivo processo de decisão
para pôr cobro à situação escandalosa que ainda
se mantém no início do novo milénio.