O PCP e a situação na Guiné-Bissau
Nota do Comité Central do PCP
11 de Julho de 1998

 

O PCP tem acompanhado com preocupação os graves acontecimentos na República da Guiné-Bissau, pronunciando-se desde o primeiro momento por uma solução política negociada do conflito que permitisse pôr termo à guerra e aos gravíssimos sofrimentos do povo.

Infelizmente, foi outro o rumo dos acontecimentos, com a falta de resultados de sucessivas tentativas de mediação, o arrastamento do conflito armado, o negativo envolvimento directo de poderosas forças militares senegalesas, pesadas perdas em vidas humanas e bens materiais, centenas de milhares de refugiados.

É urgente pôr fim à situação dramática que está a devastar um país com muitas fragilidades e economicamente atrasado e a comprometer o futuro e a real independência da República da Guiné-Bissau, independência que foi duramente conquistada através da luta heróica conduzida pelo PAIGC.

Neste sentido, o PCP considera necessário persistir na procura duma solução política que garanta a paz, no respeito pela independência e integridade territorial da Guiné-Bissau, com o fim da internacionalização militar do conflito, o regresso aos seus países das tropas estrangeiras, a urgente ajuda humanitária às populações (abrindo-se corredores humanitários que permitam a sua justa canalização) que correspondem a interesses e direitos fundamentais que o povo da Guiné-Bissau conquistou e com os quais os PCP é inteiramente solidário.

Portugal não poderá faltar com a sua solidariedade activa e desinteressada, nomeadamente no plano da ajuda humanitária que ao governo português compete incentivar nesta hora dramática para o povo da Guiné-Bissau.