Sobre a situação na Palestina
Nota do Gabinete de Imprensa do PCP
13 de Outubro de 2000
A situação nos territórios palestinianos de Gaza, Cijordânia
e Jerusalém é de extraordinária gravidade. A brutal repressão
da justa luta do povo palestiniano, desencadeada na sequência da provocatória
"visita" de Ariel Sharon à esplanada das mesquitas em Jerusalém
Oriental, provocou já mais de uma centena de mortos e milhares de feridos,
na sua esmagadora maioria jovens, palestinianos e árabes israelitas.
No dia de ontem o governo de Ehud Barak deu um novo e perigosíssimo
passo na sua política de repressão e terror contra o povo palestiniano,
desencadeando operações militares generalizadas nos territórios
ocupados e bombardeando edifícios da Autoridade Palestiniana, instalações
de rádio e televisão e outros edifícios oficiais em Ramallah
e outras cidades, na Cijordânia e Gaza. Tais actos, que visam afogar
os protestos e a luta do povo palestiniano e impôr a sua rendição,
além das numerosas vítimas e sofrimentos que estão a
provocar, põem abertamente em causa os acordos de Oslo e ameaçam
desestabilizar toda a situação no Médio Oriente.
Perante tão grave situação, o PCP manifesta a sua mais
firme condenação pela política de repressão e
terror conduzida pelo governo israelita e sublinha a necessidade de medidas
urgentes, no plano político e diplomático, para obrigar Israel
a parar imediatamente a repressão e a conformar-se com as resoluções
da ONU sobre a Palestina e os princípios básicos de Direito
Internacional. É urgente a convocação do Conselho de
Segurança. Impõe-se que, no Conselho Europeu de Biarritz, a
União Europeia formule uma clara posição de condenação
de Israel. É necessário responsabilizar os EUA e outras grandes
potências pelo seu apoio e cumplicidade com Israel e exigir que lhes
seja posto imediato termo.
O PCP regozija-se com a resolução ontem aprovada na Assembleia
da República que claramente condena Israel e exige do governo israelita
o respeito da legalidade internacional e dos legítimos direitos nacionais
do povo palestiniano.
O PCP considera que o governo português deve intervir junto das instâncias
internacionais em que Portugal participa, nomeadamente na ONU e União
Europeia, no sentido de obrigar Israel a retirar quanto antes dos territórios
árabes que ocupa, a libertar os presos políticos, a assegurar
o regresso dos exilados, a cumprir as resoluções da ONU sobre
a Palestina.
O PCP expressa à OLP e ao povo palestiniano a solidariedade dos comunistas portugueses à sua justa e heróica luta pela edificação do seu Estado independente e soberano em território da Palestina com capital em Jerusalém, e apela aos portugueses e em particular à juventude, para que manifestem a sua solidariedade ao povo da Palestina.