O PCP manifesta o seu desacordo com os elevados aumentos de preços do gás de uso doméstico, que penalizam os orçamentos familiares e que, com outros aumentos de preços conduzem à anulação dos aumentos salariais e em muitos casos a uma inadmissível redução dos salários reais.
Os aumentos agora concretizados abrangem os vários tipos de gás de uso doméstico, nomeadamente as botijas de gás e o gás natural.
As botijas foram agora aumentadas em mais de 7%, pela segunda vez, num total de quase 19%, no espaço de seis meses. Há situações em que os aumentos do fim do ano passado e de agora fizeram passar o preço da botija de 1850$00 para 2200$00, isto é um aumento de 350$00 por botija (150$00 no último aumento).
O gás natural, que tal como o GPL ( gás de petróleo liquefeito, usado nos veículos automóveis ) é propagandeado como menos poluente, é também alvo de um enorme aumento, à semelhança do que já havia sucedido com o GPL. No caso de algumas distribuidoras de gás natural, o aumento verificado, cerca de 8%, é o terceiro em menos de um ano num total acumulado de cerca de 15%.
Estes aumentos do gás de uso doméstico, significam para uma família com um rendimento de 100 000$00 mensais que tenha tido uma actualização salarial de 2,5% e consuma duas bilhas de gás por mês, que só o aumento do gás lhe anula quase um terço do aumento salarial. E como se sabe os aumentos de preços não ficam por aqui.
O PCP considera inaceitável esta degradação do rendimento da população, reclama que sejam postos de parte outros aumentos anunciados em particular os dos transportes públicos, que se proceda a um aumento intercalar dos salários e das pensões de reforma e, face à insensibilidade, intransigência e arrogância do Governo, considera indispensável que os trabalhadores e a população façam ouvir a voz da sua indignação, do seu protesto, da justificada exigência de uma vida melhor. Pela sua parte, o PCP continuará a honrar os seus compromissos para que estes objectivos sejam alcançados.