A propósito das comemorações do Dia Mundial do Professor, o Partido Comunista Português não pode deixar de chamar a atenção para o facto de em Portugal, estar em marcha a maior ofensiva desde a Revolução de Abril de 74, contra os professores, ofensiva que objectivamente desvaloriza a função e a carreira docente.
Num momento em que o País precisa de sair de uma crise prolongada na área da Educação, crise que tem a sua expressão mais aguda no insucesso educativo e no abandono escolar precoce, cujos indicadores oficiais não deixam qualquer dúvida, o Governo PS em vez de introduzir no funcionamento do nosso sistema educativo factores de estabilidade, tem sido ele próprio, com as suas políticas de direita, a promover a instabilidade e a desmotivação do corpo docente, ignorando por completo o papel decisivo do professor na qualidade das aprendizagens.
Tem razão o Sr. Presidente da República quando diz que o País precisa de professores motivados, mas é necessário acrescentar que as motivações dependem em grande medida das condições de trabalho, dos objectivos que são colocados na sua actividade docente, mas também do cumprimento das regras contratuais assumidas com o Estado português.
Mas que se desenganem todos aqueles que pensam tratar-se apenas de uma ofensiva contra os professores. O que estamos a assistir é uma operação mais vasta contra a Escola Pública, sustentada numa profunda limitação das funções sociais do Estado, restringindo severamente o seu papel como instrumento para a igualdade entre os portugueses.
A confirmação que a esmagadora maioria dos professores estão insatisfeitos, mas simultaneamente preocupados com os resultados destas medidas no percurso educativo das nossas crianças e dos nossos jovens, foi a resposta dada por milhares de professores com a sua participação nos plenários, com saídas à rua, realizados dia 4 de Outubro em todo o País.
O Partido Comunista Português saúda no Dia Mundial do Professor todos os docentes e assegura-lhes a determinação na luta por uma Escola Pública Gratuita e de Qualidade, num quadro em que a educação assuma uma importância estrutural e transversal, com a mobilização dos docentes e dos outros trabalhadores da educação, dos estudantes e dos pais.