Ensino nocturno
Intervenção do deputado Bernardino Soares
22 de Janeiro de 1999

 

Surgem notícias de encerramento do ensino nocturno em muitas escolas do ensino básico e secundário.

O ensino nocturno e para tantos trabalhadores a única possibilidade de aumentar a sua escolaridade.

O ensino nocturno não é hoje predominantemente um ensino de adultos mas sim um ensino de jovens, entretanto excluídos do ensino regular.

A estes jovens não serve o ensino recorrente já que procuram uma organização semelhante à do regime diurno e não a encontrando enfrentam grandes dificuldades.

A estas escolas, como a Elias Garcia em Almada os serviços do Ministério da Educação comunicaram que no próximo ano lectivo deixarão de ter ensino nocturno, sem qualquer consulta prévia ou participação no processo e ignorando a planificação e o projecto educativo da escola.

O ensino não é um meio para profissionalizar a juventude.

O caminho da via porfissionalizante é quase sempre o caminho da exclusão.

Existe o perigo de o Ministério da Educação fazer também para o ensino nocturno os currículos alternativos de forma a excluir os alunos mais depressa do sistema.

Em ves de criar condições para um apoio pedagógico acrescido, sempre que um aluno tivesse dificuldades seria excluído do sistema.

É preciso saber:

- Se há uma orientação nacional para a redução de escolas com ensino nocturno;

- Porque adoptou o Governo esta estratégia.

- Qual o objectivo a atingir.

Diminuir as escolas sem ensino nocturno é dificultar o acesso ao ensino pelos que trabalham.

Porque não foram ouvidas as escolas e os agentes educativos neste processo?