Escola Profissional Pública de Electrónica e Telecomunicações
Intervenção do Deputado Bernardino Soares
14 de Junho de 2000

 

Senhor Presidente,
Senhores Deputados,

A Escola Profissional Pública de Electrónica e Telecomunicações foi criada em 1990 por portaria estabelecendo o início desta experiência.

Na Portaria de criação dizia-se que os resultados desta experiência pedagógica teriam a maior relevância em idênticos empreendimentos futuros.

Ora os resultados foram:

- uma formação de grande qualidade para os alunos que frequentam e frequentaram a escola;

- a colocação imediata (e até antes de terminar os 3 anos da formação) de todos os que são formados escola;

- os 25 alunos este ano são poucos comparados com os 40 que a PT pediu à escola este ano, sendo esta apenas uma das 30 empresas de telecomunicações e electrónica que recrutam de entre os estudantes da EPPET;

- um ambiente de grande produtividade do ensino naquela escola, a juntar à possibilidade de utilizar equipamentos tecnologicamente avançados e no valor de muitas dezenas de milhar de contos;

- um corpo docente altamente qualificado e apetrechado para o curso leccionado.

Enquanto em relação a outras escolas, e na sequência da alteração legislativa de 1998 o Estado passou de promotor a proprietário de muitas escolas profissionais existentes. Contudo em relação a esta escola, a única escola profissional pública na área da electrónica e telecomunicações, o caminho escolhido foi o da privatização.

Que interesse e fundamento leva a que o Estado entregue a privados a EPPET?

Sendo esta uma experiência de sucesso numa área em que não há qualquer outra escola profissional pública?

Como são assegurados os interesses dos estudantes que frequentam esta escola?

Como decorreu e com que concursos públicos ou não a privatização já comunicada a pais, professores e alunos a uma determinada entidade privada?

Porquê esta entidade privada?

Porque lhe vai ser entregue uma escola pública como todo o corpo docente e equipamento?

Disse.