Futuro dos têxteis e do vestuário
após 2005
Intervenção de Pedro Guerreiro
7 de Julho de 2005
Gostaria de sublinhar alguns aspectos e propostas contidas no parecer da Comissão do Desenvolvimento Regional do PE:
E é na sequência destes pontos que gostaria de tecer algumas considerações.
O denominado "Memorando de Entendimento" celebrado entre a Comissão Europeia e a China, em 10 de Junho, procura, no fundamental, legitimar a actual situação com as suas dramáticas consequências para o sector, nomeadamente em países muito dependentes deste, como Portugal. O que é inaceitável.
Como federações do sector denunciam - a partir de dados da própria Comissão Europeia -, o acordado no "Memorando" vem permitir aumentos das exportações entre os 49% e os 318%, comparando o verificado em 2004 com o perspectivado para 2005 e nunca os 8%, 10% e 12,5% anunciados.
Mais, em 20 de Junho, as exportações comunicadas provenientes da China excediam já, em quase todos os produtos, o acordado a 10 de Junho.
E inexplicavelmente, a Comissão Europeia abdica do direito de accionamento das cláusulas de salvaguarda, restringindo a sua aplicação.
Aliás, a Comissão Europeia e o Conselho tem agido de tal forma, que demonstram, afinal, o seu não empenhamento na defesa desta indústria europeia. Pelo que são os primeiros responsáveis pela dramática situação de milhares de empresas e pela destruição de milhares de postos de trabalho, com gravíssimas consequências sociais.
Daí as propostas de alteração que apresentámos.