Sobre a questão dos Balcãs
Nota do Gabinete de Imprensa do PCP
18 de Janeiro de 2001
É sem dúvida positivo e politicamente significativo que o Parlamento Europeu, naturalmente com os votos dos deputados do PCP, tenha proposto uma moratória sobre a utilização de armas com urânio empobrecido.
Mas é profundamente negativo e inquietante que o P.E. não tenha expressado qualquer condenação da agressão da NATO contra a Jugoslávia, não tenha reclamado a proibição das armas nucleares e químicas nomeadamente as que utilizam urânio empobrecido, não tenha mesmo exigido quaisquer responsabilidades a Javier Solana, ex-Secretário Geral da NATO e actualmente Secretário Geral do Conselho da União Europeia e "Sr. PESC".
De anotar aliás que no seu discurso de ontem em Estrasburgo, J. Solana invocou em favor dos bombardeamentos nos Balcãs as posições maioritárias do P.E. nesse sentido. De anotar também que, para ocultar as responsabilidades da NATO, da U.E. e as suas próprias responsabilidades pessoais, nos crimes contra as populações nos Balcãs e na morte e doença de militares para aí enviados, J. Solana se serviu das operações de rastreio da radioactividade no terreno encomendadas pelo governo português, o que nada abona em favor da sua credibilidade.
Reiterando o seu firme protesto e condenação do envolvimento de Portugal na guerra da NATO contra a Jugoslávia, o PCP reclama uma vez mais o regresso de todos os militares portugueses nos Balcãs. Com esse objectivo lançou um abaixo-assinado a subscrever pelo maior número possível de portugueses e apela à participação na concentração já anunciada para o próximo dia 25, pelas 18 horas, junto à residência do Primeiro Ministro em S. Bento.