Relatório Zorba - Sobre indústrias
culturais
Declaração de Voto de Ilda Figueiredo
4 de Setembro de 2003
Embora o relatório integre aspectos positivos que merecem apoio, como a proposta de reforço das iniciativas comunitárias de apoio à cultura, a preocupação quanto à promoção da diversidade cultural, ao fomento da leitura, da actividade editorial e da protecção dos direitos de autor, ao apoio de PME com actividade no âmbito da cultura, tem aspectos muito negativos.
Fundamentalmente, há a salientar que submete a cultura, em termos gerais, ao mercado e, particularmente, às regras do mercado interno da União Europeia, privilegia a sua dimensão comercial e a concorrência no contexto da denominada "globalização", inscrevendo-se, desta forma, numa lógica da mercantilização da cultura.
O relatório, caracterizado por diversas ambiguidades, não denúncia nem avança com clareza propostas e medidas concretas - como a defesa e promoção dos sistemas nacionais públicos de financiamento e apoio à cultura, à criação e à sua divulgação - que defendam o património cultural e a criação cultural da sua submissão às leis do mercado, de uma lógica de lucro empresarial e de promoção de modelos de cultura de massa, de consumo.