Relatório Catherine Stihler - Consumo de álcool por crianças e adolescentes
Declaração de Voto da deputada Ilda Figueiredo no PE
15 de Maio de 2001

 

É conhecido que o consumo de álcool é elevado com todas as consequências nefastas, designadamente quando se trata de jovens. Como um recente inquérito junto dos adolescentes de 15-16 anos revelou, os índices mais elevados de consumo excessivo de álcool na União Europeia registam-se na Irlanda, no Reino Unido e na Dinamarca. Mas são estes dois últimos e ainda a Finlândia, França e Suécia que apresentam as percentagens mais elevadas de jovens de 13 anos ou menos que já se embriagaram.

Estudos realizados já revelaram que existe, designadamente nos jovens, uma relação forte entre o consumo de álcool e um comportamento anti-social, como a violência, e que o seu consumo imoderado está na origem comprovada de situações de gravidez não desejada, doenças sexualmente transmissíveis, criminalidade e acidentes rodoviários.

Por outro lado, os hábitos de consumo adquiridos na juventude podem igualmente afectar a saúde e determinar os padrões de consumo a longo prazo, pelo que se impõe não apenas uma aposta nas políticas de promoção da saúde, educação e informação, mas também medidas limitativas do consumo de álcool por crianças e adolescentes e acções estruturais no domínio do tratamento e da socialização.

Ora, a proposta da Comissão é muito superficial e parte do princípio que as entidades interessadas na comercialização do álcool colaborarão na prevenção do consumo de álcool entre as crianças e adolescentes, o que é bastante utópico, como é conhecido, embora a relatora vá um pouco mais longe nas propostas que apresenta, procurando impôr algumas regras e apontando para a necessidade de códigos de conduta mais precisos. Mas é necessário que os Estados-membros dêem maior atenção a este problema.