Sobre a agressão dos EUA e da Grã-Bretanha ao Iraque
Comunicado da Comissão Política do PCP
17 de Dezembro de 1998
1. O PCP condena com indignação a nova agressão militar contra o Iraque levada a cabo pelos EUA e Grã-Bretanha, a qual constitui uma grosseira violação da soberania iraquiana e do direito internacional, e reclama a sua imediata cessação.
2. Esta agressão causará novas destruições,
provocará mais mortes e deixará o povo iraquiano, já martirizado pelo embargo,
em terríveis condições de sobrevivência.
3. Trata-se, além do mais, de uma agressão decidida
de um modo totalmente unilateral, sem ter sequer a cobertura da ONU e do seu
Conselho de Segurança, e significativamente desencadeada na véspera de uma votação
decisiva sobre o processo de destituição do Presidente dos EUA, deixando os
povos e os países do mundo à mercê destas potências imperialistas.
4. Este ataque contra o Iraque constitui um grave
perigo e uma ameaça para a paz e a segurança da região onde, por força da política
dos EUA, vigora o princípio dos dois pesos e duas medidas. Com efeito, na região,
Israel continua a violar há duas dezenas de anos várias resoluções da ONU e
a ocupar militarmente territórios palestinianos.
5. Por mais complexa e difícil que seja a situação
prevalecente na região, o PCP considera que é fundamental um novo esforço político-diplomático
com vista à solução global do problema do Médio Oriente, e que passa pelo fim
do embargo ao Iraque, pelo reconhecimento inequívoco dos direitos nacionais
do povo palestiniano, pelo respeito das opções soberanas de cada povo e país.
6. O PCP considera desde já que a única posição
digna de Portugal deverá ser a de firme condenação desta acção militar em todas
as instâncias onde participa e de recusar o envolvimento directo do país nas
acções agressivas dos EUA, nomeadamente através da utilização da base aérea
das Lages.