Voto n.º 1/X — De pesar pelo falecimento do jornalista e Deputado do Partido Socialista José Saraiva
Intervenção de Honório Novo
10 de Março de 2005
Sr. Presidente,
Caros Colegas:
Não é fácil falar sobre José Saraiva, recordar uma figura como a deste homem de corpo inteiro que há tão poucos dias nos deixou.
Poderíamos invocar e recordar aqui, hoje, os cargos políticos que desempenhou; lembrar o tempo em que foi vereador da Câmara Municipal do Porto; lembrar que era ainda, quando morreu, membro da Assembleia Municipal do Porto e da Assembleia Metropolitana do Porto; lembrar que foi Deputado desde 1995, sucessivamente, nas VII, VIII e IX Legislaturas; e lembrar, como foi há pouco referido, que foi ainda eleito Deputado no passado dia 20 de Fevereiro.
Poderíamos invocar, noutro plano, o profissional de jornalismo de corpo inteiro, que sempre foi, ainda era e continuaria a ser, se não nos tivesse deixado; lembrar o momento em que entrou para o JN, no início da década de 70; lembrar os momentos em que foi director desse jornal ou lembrar o amor que dedicou à sua profissão de sempre.
Poderíamos até invocar hoje os debates que travámos, a frontalidade com que tantas vezes discordámos, porque, mesmo discordando, sabíamos que José Saraiva era um homem de causas, das suas causas, por muito diferentes que elas fossem, muitas vezes, das que defendíamos.
Poderíamos dizer isso tudo mas, dizendo tudo isso e recordando-o, o que nos apetece mesmo dizer é que a vida nos pregou mais uma partida.
De facto, a vida é ou parece ser, muitas vezes, vezes demais, injusta, sobretudo quando, como no caso de José Saraiva, leva do nosso convívio uma pessoa que tinha ainda tanto para dar.
Sr. Presidente,
Caros Colegas: