Intervenção do Deputado
Joaquim Matias
Pedido de esclarecimento ao Secretário de Estado
do Ambiente sobre o processo de registo de resíduos
(sessão de perguntas ao Governo)
17 de Março de 2000
Sr. Presidente,
Sr. Secretário de Estado
O abandono dos resíduos em Portugal é algo calamitoso, situação
que já foi aqui discutida por várias vezes. Ora bem, qualquer
política para tratamento e destino final adequado aos resíduos
tem de começar por determinar quais são as suas composições
e as suas quantidades, e não só dos que são combustíveis,
porque a grande maioria nem sequer é combustível.
Além do mais, o preenchimento do formulário, que é obrigatório,
foi feito de tal forma e com tal consciência que a responsável
pela pasta do Ambiente do anterior Governo chegou a afirmar, neste Plenário,
que os próprios impressos se esgotaram. Tal era a consciência do
número de impressos necessários para preencher! E, já que
o Sr. Secretário de Estado nos remeteu para fazer contas às empresas
em termos de fiscalização, direi que os resíduos do processo
produtivo são os que resultam directamente por aplicação,
pura e simples, da Lei de Lavoisier.
Por outro lado, Sr. Secretário de Estado, com a suspensão da co-incineração por esta Assembleia, foi aprovada uma resolução que, entre várias medidas, incluía a deposição controlada dos resíduos até se encontrar uma política final. E a minha pergunta é muito simples: como, onde e que quantidades estão a ser depositadas desses resíduos?