As recentes catástrofes ambientais (incêndios em Espanha e Portugal)
Intervenção de Ilda Figueiredo
13 de Setembro de 2004

 

Estamos novamente a debater o "flagelo" dos incêndios florestais, a exemplo do ano passado, quando, por nossa iniciativa, debatemos as consequências trágicas dos incêndios estivais que, só em Portugal, foram responsáveis pela morte de mais de vinte pessoas, destruíram mais de 400 mil hectares de regiões arborizadas - 5% do território nacional - e provocaram prejuízos de mais de mil milhões de euros. Infelizmente não se aprendeu o necessário e a situação continua.

Este ano, arderam mais de 100 mil hectares da floresta portuguesa, com destaque para a serra algarvia, onde muitas famílias, cujos parcos rendimentos provinham dos produtos que extraíam da floresta, ficaram na pobreza.

Ora, tendo em conta a importância da preservação do património florestal, pela sua importância ambiental, económica, social e cultural, e a dimensão deste flagelo, é indispensável não só a solidariedade e a assistência europeia, mas um sério investimento, também comunitário, na prevenção, na reflorestação, na investigação, na coordenação - nomeadamente ao nível da protecção civil - e no financiamento de meios de combate - nomeadamente os aéreos. Por isso, voltamos a insistir nas nossas propostas e nas propostas do Parlamento Europeu visando reforçar a componente da prevenção de incêndios e os respectivos meios financeiros no âmbito do programa Forest Focus, na linha no anterior regulamento (CEE) nº 2158/92.