Intervenção do
deputado Pimenta Dias
Reajustamento da Área Administrativa da Cidade de Viseu
14 de Janeiro de 1999
Senhor Presidente,
Senhores Deputados,
Viseu, tal como outras cidades do Interior do País, conheceu nas últimas décadas um apreciável desenvolvimento urbano e
sócio-económico que ampliou o seu aglomerado populacional continuo, para além dos limites citadinos definidos pelo Decreto-Lei nº
42.040 e que datam de 1958.
Se tivermos em consideração o seu actual continuo urbano constatamos que a realidade demográfica de Viseu assenta numa forte
componente de população jovem e, como tal, potenciadora de iniciativas criativas e inovadoras capazes de projectar a cidade e a
região em que se insere, o que constitui a melhor garantia para a sua afirmação no contexto regional das Beiras.
Tanto mais que a localização privilegiada da cidade de Viseu na intercepção de dois importantes itinerários rodoviários - como é o
caso do IP3 e do IP5 - não deixará de ter influência no ritmo do seu crescimento demográfico e, concerteza, contribuirá para
instalação de novas actividades económicas e para a afirmação do terciário como sector dominante no que respeita à ocupação da
sua população activa.
Mas a cidade tem também um riquíssimo espólio patrimonial, arquitectónico e histórico, cuja projecção internacional não deixará de
sair reforçada com a entrada de Viseu na rede das cidades médias europeias.
Senhor Presidente
Senhores Deputados
Sabemos que a elevação à categoria de cidade não resolve, por si só, os entraves aos desenvolvimento com que as populações do
Interior do País se debatem, dadas as assimetrias existentes entre o Litoral e o Interior.
Tão pouco resolve os múltiplos problemas existentes em importantes núcleos urbanos, reflexo do crescimento sem regras a que
foram sujeitos e, por conseguinte, sem infra-estruturas básicas nos domínios do saneamento básico e do apoio social, entre outros.
A falta de infra-estruturas e eventos, nomeadamente nas áreas educativa e cultural, nas cidades do Interior é uma realidade que
não podemos ignorar, que reduz a qualidade de vida dos cidadãos aí residentes, e que não contribui para a fixação de quadros
médios e superiores.
Mas também é verdade que a elevação à categoria de cidade das povoações é o reconhecimento do País e desta Assembleia pelo
trabalho e dinâmica empenhadora das gentes que nelas vivem.
Neste contexto, o alargamento da Área Administrativa da Cidade de Viseu, com a integração das Freguesias de Abraveses, Campo,
Orgens, Ranhados, Repeses, São Salvador, Rio de Loba e, parcialmente, Vila Chã de Sá, Fragosela, Mundão e São João de Lourosa,
é a afirmação de cidadania das respectivas populações, constituindo motivo de regozijo para todos nós.
O PCP congratula-se, por isso, com o Reajustamento da área Administrativa da Cidade de Viseu e saúda todos os Visienses por esse
facto, na certeza de que não deixará de votar favoravelmente o Projecto-Lei que estamos a discutir.
Disse.