Sr. Presidente,
Sr. Secretário de Estado,
Antes de mais, gostaria de dizer-lhe que o meu camarada Bernardino Soares não é bombeiro, mas eu sou. Todavia, ninguém precisa de ser bombeiro para ouvir as populações e os bombeiros e saber as críticas que eles fazem ao sistema em funcionamento.
Ora, na Arrábida ouvimos os bombeiros afirmarem e reafirmarem que se tivesse havido ajuda pronta dos helicópteros e dos aviões bombardeiros de combate aos incêndios o fogo não se teria propagado como se propagou. É claro que esta é uma situação que todos conhecemos.
Na comissão de incêndios, no ano passado, ficaram provadas uma série de questões que todos entenderam, excepto o Governo, porque, embora tenha tomado algumas medidas, não pôs no terreno as medidas necessárias, nomeadamente a coordenação do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, para obstar a que tal voltasse a acontecer.
Há uma série de situações que ainda hoje estão por resolver, nomeadamente a compra de equipamento de comunicações para os bombeiros.
Sr. Secretário de Estado, há ainda promessas feitas este ano, nos incêndios de 2004. Dou-lhe um exemplo: andei de Salir a Odeceixe e na serra de S. Barnabé, em Almodôvar, e as situações são calamitosas.
Há populações afectadas, pois arderam a cortiça, o medronheiro, as colmeias, que eram a base de subsistência daquelas populações. O Primeiro-Ministro foi lá e disse que iria resolver a questão. Foram feitos os levantamentos, mas, até hoje, não houve qualquer apoio a essas populações, a não ser por parte das câmaras municipais.
Sr. Secretário de Estado, para quando esses apoios? Quando irão cumprir as promessas que fizeram no terreno e que nunca mais cumpriram? As populações vêem-se desamparadas.