Intervenção de Filipe Costa, Membro do Executivo e do Secretariado da Direcção da Organização Regional de Bragança do PCP , XX Congresso do PCP

Organização Regional de Bragança

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Numa região a definhar geograficamente e a propósito da mobilização para uma luta um camarada, expressou a influência do Partido dizendo que «Há comunistas onde já não há gente» e de facto este Congresso confirma a dimensão nacional do PCP e a profunda ligação ao povo. Portanto Viva o XX Congresso.

Aprofundando os traços de 40 anos da política de direita de PS, PSD e CDS, o anterior governo e a sua política, com a conivência do PS, agravou todos os problemas que o país enfrenta, problemas estes que se sentem de forma mais dramática e profunda nos territórios de mais baixa densidade, como a região de Trás-os-Montes e o distrito de Bragança, onde o fosso entre regiões foi cavado mais fundo.

As assimetrias regionais, tema tratado nas jornadas parlamentares realizadas em Abril deste ano, espelham a política de abandono do território e das populações, cravam marcas de pobreza e ferem a dignidade em cada vez mais transmontanos.

Se é verdade que, num contexto cultural, a Máscara é um elemento identitário da região, também não é menos verdade que os graves problemas, com que se confronta não podem ser mascarados com pomposos programas para a coesão territorial e o anúncio de cerca de 170 medidas, que poderiam ser mil, se não atacam as suas causas.

As assimetrias regionais combatem-se com a definição de uma estratégia e a integração de políticas de valorização das potencialidades da região e da elevação das condições de vida das populações quer por via da prestação de serviços públicos de qualidade e proximidade, quer por via da valorização de salários, reformas e pensões.

As assimetrias regionais combatem-se com uma adequada rede de transportes públicos, a reactivação do transporte ferroviário de passageiros e mercadorias, o investimento na agricultura, com particular enfoque no desenvolvimento e apoio à agricultura familiar, a valorização dos produtos autóctones e riquezas do subsolo, a defesa e promoção do património ambiental, paisagístico e cultural como factores de emancipação social e desenvolvimento económico, não dispensando como instrumento um poder regional decorrente da regionalização.

Nos quatro anos que decorrem desde o XIX Congresso persistem dificuldades no desenvolvimento do trabalho do Partido na Organização Regional de Bragança, fruto, em primeiro lugar, da realidade demográfica e social da região, mas também por baixos níveis de recrutamento, falta de quadros intermédios e militantes com tarefas permanentes e uma concentração de tarefas no quadro funcionário. Contudo, registam-se avanços na actividade do Partido, desde logo, na intensidade e diversidade de iniciativas desenvolvidas, no reforço do trabalho de propaganda, na integração de novos militantes, no rejuvenescimento da direcção da Organização e ligação a mais concelhos, na regularidade das reuniões dos organismos. No plano da acção e intervenção verifica-se uma dinâmica crescente de participação e uma maior capacidade de resposta ao conjunto de tarefas, nomeadamente na articulação do trabalho desenvolvido e intervenção institucional nos vários órgãos em que o partido e a CDU intervêm, tal como nos diversos actos eleitorais e participação na Festa do Avante!.

É a ligação às massas populares e aos trabalhadores, a estruturação da organização virada para as características dos seus membros, a persistência no esclarecimento dos nossos militantes quanto à importância do colectivo e do papel e participação de cada um no mesmo que levará ao necessário reforço do partido na sua acção, intervenção, influência, iniciativa, capacidade financeira e resposta ao complexo conjunto de tarefas e frentes de trabalho que a realidade nos apresenta.

Tal como foi determinante a luta dos trabalhadores e do povo para a derrota de PSD/CDS e da sua política, prosseguir e intensificar essa luta neste novo quadro é decisivo e cabe aos comunistas o papel de a dinamizar e animar e saber interpreta-la, no sentido de a transformar em mais e novos direitos, no quadro de uma ruptura com a política de direita, de rejeição da ingerência externa e a construção da alternativa patriótica e de esquerda.

Viva a luta dos trabalhadores!
Viva a JCP!
Viva o PCP!

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