Intervenção de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Viabilidade da introdução de obrigações de estabilidade

A forma eufemística como são designados os eurobonds - obrigações de estabilidade - tem por base um "pré-requisito" que recusamos - o aprofundamento da governação económica e orçamental, que determinará uma acentuada transferência de soberania para as grandes potências.

O objectivo estratégico aqui assumido não é o do crescimento económico, da criação de emprego e de combate às desigualdades sociais, mas a afirmação do euro como moeda de reserva mundial, elemento que é contrário aos interesses dos povos dos países da periferia. Este mecanismo não garante o fim dos ataques especulativos, mantendo também diferenciações nas taxas de juro no financiamento de cada um dos países.

O que é necessário não são medidas que há anos atrás, no quadro de uma discussão de uma profunda alteração das políticas económicas da União Europeia, poderiam ter servido de “amortecedores” ao choque especulativo. O que é necessário neste momento é a inversão do caminho percorrido e a revogação da governação económica, do pacto para o Euro mais, do pacto orçamental. Não será no quadro do aprofundamento do federalismo que se romperá com o processo de extorsão, colonização, exploração que está em curso neste processo de integração capitalista.

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