Intervenção de João Oliveira, membro da Comissão Política do Comité Central, Acto Público da CDU

É urgente reforçar a CDU porque com a força do povo é possível construir a alternativa política

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Foi a intervenção do deputado eleito pela CDU no distrito de Évora que levou à Assembleia da República a denúncia da perseguição à actividade sindical na Tyco, os despedimentos e a violação do direito a férias dos trabalhadores da Kemet, o despedimento de trabalhadores da Segurança Social com incapacidades e doenças crónicas, as dificuldades na fixação de médicos no distrito, os encerramentos de escolas primárias e serviços de saúde, a inexistência dos apoios que são devidos às crianças com deficiência ou necessidades educativas especiais.

Foi por iniciativa dos deputados da CDU que foram apresentadas na Assembleia da República soluções concretas de emergência social e económica para responder aos problemas do desemprego e da desprotecção social no distrito, a proposta para um Plano Estratégico para a Zona de Influência de Alqueva com um conjunto de medidas para o seu aproveitamento, propostas para a devolução do transporte aos doentes não urgentes, a defesa do regime da renda apoiada ou a defesa da água pública.

Foi com a luta mas também com a acção do deputado da CDU eleito pelo distrito que se conseguiu impedir o encerramento da Unidade de Cuidados Continuados de Évora e o despedimento dos profissionais de saúde que ali trabalhavam.

Hoje mesmo questionámos o Governo sobre novos problemas com o funcionamento da ambulância VMER sedeada no Hospital de Évora, amanhã discutiremos na Comissão de Economia o Plano Imediato de Intervenção Económica e Social para o Alentejo proposto pelo PCP e em breve na Comissão de Saúde será discutida a nossa proposta para que a construção do novo Hospital Central Público de Évora seja uma realidade e não esteja sujeito a novos adiamentos da parte de PS ou PSD/CDS.

E a questão central que se coloca nas próximas eleições é óbvia: precisamos de sair desta batalha eleitoral com mais força para defender os trabalhadores e o povo, para desenvolver e modernizar o distrito, para tirar o país do buraco para onde tem sido empurrado pela política de direita.

A força que nos derem será aquela que determinará as nossas responsabilidades no futuro do país mas sobretudo aquela com que podemos travar a política de direita e concretizar as soluções para um Portugal com futuro.

A política de direita não serve, seja quem for que a executa. A política de direita é factor de atraso, de desigualdades e injustiças, seja o seu protagonista o PS ou a coligação PSD/CDS.

E a realidade do distrito de Évora confirma-o.

Aos encerramentos de SAP e extensões de saúde, redução de horários de funcionamento e cortes no transporte de doentes da responsabilidade dos governos PS, seguiram-se as medidas do governo PSD/CDS criando mais dificuldades no funcionamento dos meios de emergência médica, nomeadamente da VMER, mais custos que impedem o acesso à saúde e mais precariedade na contratação de médicos, enfermeiros e outros profissionais.

Aos encerramentos de escolas, à municipalização de competências na educação e aos cortes nos apoios aos estudantes da responsabilidade dos governos PS, somou-se uma nova investida de municipalização, a concentração de alunos e o brutal corte de meios humanos e materiais nas escolas impostos por PSD e CDS.

Às medidas tomadas por governos PS para abrir a porta à privatização da água seguiram-se outras medidas do Governo PSD/CDS para fazer avançar o processo em que continuam a insistir contra os interesses e a vontade das populações e enfrentando a resistência das autarquias.

Às medidas de cortes nos meios financeiros e na autonomia das autarquias tomadas por governos do PS seguiu-se a extinção em massa de freguesias pelo governo PSD/CDS.

Aos escombros dos projectos imobiliários megalómanos que os governos PS lançaram para transformar a barragem de Alqueva num lago de recreio para turistas endinheirados do norte da Europa, juntam-se agora os escombros de obras rodoviárias interrompidas pelo governo PSD/CDS, que continuam a enferrujar e a apodrecer enquanto os veículos circulam em estradas esburacadas, sem bermas ou com sinalização provisória há 4 anos.

Todos – PS, PSD e CDS – dando sucessivas machadadas no investimento público no distrito e na região até à sua quase total extinção e agravando dramaticamente as assimetrias que fazem desta uma das regiões mais empobrecidas da Europa.

Com PS ou com PSD/CDS os alentejanos têm assistido ao abandono das actividades produtivas, à destruição do emprego e dos direitos no trabalho, ao definhamento demográfico e social da região.

E assistem também à emigração forçada que tem levado daqui os nossos jovens, deixando no distrito famílias interrompidas nas suas gerações e pais ou avós que passam a viver isolados e sem apoio ou estrutura familiar. Poucos serão os jovens do distrito que, olhando para as dificuldades de hoje, podem encarar os próximos 20 anos das suas vidas com poucas preocupações.

É este rasto de destruição e desespero gerado pela política de direita que é preciso romper. E é possível rompê-lo fazendo regressar aqueles que partiram contrariados e criando condições para que aqui organizem as suas vidas com confiança no futuro!

Temos no distrito condições e potencialidades que, devidamente aproveitadas, podem ser postas ao serviço da criação de emprego, do crescimento económico, da melhoria das condições de vida e do desenvolvimento.

Temos na CDU as soluções para essa política nova, verdadeiramente alternativa, patriótica e de esquerda que ponha o distrito a produzir, valorize os trabalhadores, distribua com justiça a riqueza criada, garanta o bem-estar e os direitos de todos quantos constroem com o seu trabalho o futuro da região e do país.

É urgente convocar a força de todos quantos têm sido atingidos pela política direita para que usem essa força para mudar de políticas.

É urgente convocar todos aqueles que se sentem enganados, traídos, desiludidos para que usem a arma do voto para transformar as suas vidas.

É urgente reforçar a CDU porque com a força do povo é possível construir a alternativa política.

Nas próximas eleições teremos de estar preparados, no distrito, para vencer uma batalha contra o medo e a manipulação das consciências.

Teremos de travar aqui no distrito de Évora uma batalha contra aqueles que se preparam para aproveitar a dependência, a pobreza e a miséria alheias para tentar comprar votos e consciências.

Num distrito marcado por uma situação social gravíssima, onde as dificuldades marcam o dia-a-dia de muitas famílias, haverá quem distribua remendos temporários para a pobreza e o desemprego para depois poder cobrar eleitoralmente dívidas de gratidão.

Já estão aí em curso os programas sociais do Governo apoiados em fundos comunitários para um falso apoio aos desempregados que procura apenas recolher dividendos eleitorais.

E em muitas circunstâncias ouviremos dizer que mais vale esse pequeno apoio ou um contrato da trabalho precário que coisa nenhuma.

Além da denúncia das intenções eleitoralistas que estão por detrás destas manobras por parte de quem durante 4 anos não teve outra palavra para o povo que não fosse a dos sacrifícios, teremos de afirmar alto e bom som que a caridade não é futuro para ninguém.

Teremos de afirmar junto dos jovens e dos desempregados que não encontrarão condições para a organização das suas vidas no trabalho temporário, no estágio profissional ou no Contrato de Emprego-Inserção mas sim com o respeito pelo direito ao emprego e os direitos no trabalho.

Teremos de afirmar junto dos reformados que o conforto, o bem-estar e a saúde depois de uma vida inteira de trabalho não estarão assegurados com este ou aquele complemento temporário ou uma redução temporária de uma taxa mas sim com o aumento e a valorização das pensões e a eliminação dos obstáculos no acesso à saúde e a garantia do direito à Segurança Social.

Uma vez mais, PSD e CDS, mas também o PS, apresentar-se-ão às eleições com discursos de falsificação da realidade e dos seus compromissos políticos.
Dirão PSD e CDS que as dificuldades que os portugueses continuam a sentir nas suas vidas são ficção, que não existem, porque o grande discurso da sua propaganda é o do fim dos sacrifícios e do início da retoma e da recuperação. Mesmo que já tenham anunciado a intenção de retomar o corte de 600 milhões nas pensões e de prosseguir os sacrifícios com cortes nos salários até 2019.

O PS, por sua vez, insistirá na tese de que os seus cortes são melhores que os dos outros. Porque também propõem cortes nos salários, nas pensões e nas funções sociais do Estado mas com meias doses e meias palavras para que se não se perceba exactamente a extensão dos sacrifícios que verdadeiramente pretendem impor.

Todos – PS, PSD e CDS - procurando recolher nas eleições a confiança e os votos que hão-de trair no dia imediatamente a seguir e até anunciando já entendimentos para continuarem a tratar entre os três dos negócios em que transformam os grandes investimentos públicos ou da privatização da Segurança Social.

Aos alentejanos que têm sido duplamente penalizados pela política de direita executada por PS, PSD e CDS temos de deixar clara a mensagem de que cada voto nos partidos da troica serve apenas para continuar a política da troica.

Ao contrário, a CDU apresenta-se a estas eleições com um património de coerência, seriedade e honestidade que deve ser afirmado e valorizado como elemento cujo valor próprio nos distingue do lamaçal de interesses e promiscuidades em que outros frequentemente transformam a política.

E também com provas dadas de trabalho e competência, com um património de intervenção política e parlamentar sem paralelo e com a consciência tranquila de quem exerce os mandatos para cumprir os compromissos assumidos.

A acção e intervenção dos deputados da CDU é reconhecida pela qualidade do trabalho feito, pelo empenho no exercício do mandato, pela coerência na defesa de quem trabalha, enfrentando quem faz dos trabalhadores e dos seus direitos o alvo das suas políticas.

Não fixamos objectivos eleitorais a fazer contas aos lugares ou para satisfazer interesses pessoais. O desafio que lançamos aos alentejanos é o de darem mais força à CDU para que tenhamos mais força para defender os seus direitos e interesses.

O voto na CDU é o voto verdadeiramente útil aos trabalhadores e ao povo porque é este que defende os seus interesses e não trai a sua confiança.

É o voto na CDU que melhor os defende para romper com a política de direita e construir as soluções para os problemas das suas vidas.

E os homens e mulheres deste distrito sabem-no!

Há cada vez mais gente que reconhece na CDU a força que defende os seus direitos.

Há cada vez mais homens e mulheres que, tendo estado distanciados da política ou tendo mesmo durante muito tempo dado apoio a outras forças políticas, reconhecem hoje na CDU a força em que devem confiar.

No distrito de Évora sente-se todos os dias que a CDU é uma força a crescer. Fazendo prova disso mesmo podemos hoje aqui anunciar que, estando ainda a alguns meses das eleições, temos já o compromisso de mais de 150 independentes, homens, mulheres e jovens que assumiram o seu apoio à CDU, a que se acrescentam mais de 100 delegados sindicais do distrito, ultrapassando os apoios recolhidos em várias eleições para a Assembleia da República.

Mas o bom ambiente e o apoio crescente que se sentem em torno da CDU não nos podem deixar descansar na ilusão de que o reforço eleitoral se pode construir sem o esforço, o empenhamento e a participação activa de cada um.

Temos de fazer desta batalha eleitoral uma batalha de esclarecimento que envolva todos os militantes e activistas da CDU no contacto com os trabalhadores e as populações, afirmando as soluções que temos para o país, demonstrando que há alternativa, que ela se constrói com o reforço da CDU e que é possível um Portugal com futuro.

Viva o distrito de Évora!
Viva a CDU!

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