Declaração de João Ferreira, membro do Comité Central e deputado ao Parlamento Europeu, Conferência de Imprensa

Sobre a nomeação do Carlos Moedas para Comissário Europeu

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Não tendo particular significado a pessoa em si, não deixa de se registar que a escolha tenha recaído num dos principais rostos da política da troika responsável pela destruição das condições de vida dos portugueses, pelo saque aos rendimentos dos trabalhadores e dos reformados e pelo afundamento económico do país.

Mas o que se deve relevar é que, como a experiência tem provado, a designação de portugueses para a Comissão ou mesmo para a sua presidência – recorde-se Durão Barroso por duas vezes apoiado por PSD e PS, como aliás sucede agora com a eleição de Juncker – não tem correspondido a qualquer defesa dos interesses do povo português e do direito do País ao desenvolvimento soberano.

O que há a esperar da intervenção do agora designado comissário é o seu alinhamento com os interesses do capital transnacional, de onde saiu para exercer funções governativas, dando continuidade à postura de subordinação ao directório de potências que, com a Alemanha à cabeça, comanda o processo de integração capitalista europeu, em si mesmo contrário aos interesses de Portugal e dos portugueses.

O que o País precisa é de uma política patriótica e de esquerda que rompa com o caminho de dependência e submissão que, a pretexto do Tratado Orçamental, do Euro ou de outros instrumentos, compromete a soberania; que rejeite as imposições ditadas pela UE e o FMI; que proceda à renegociação da dívida no interesse do País e dos portugueses. Objectivos que nem este governo, nem a política de direita, nem as escolhas destes para este ou aquele cargo estão em condições de garantir.

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