Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Sobre o aumento dos transportes públicos

1. O aumento dos transportes públicos hoje anunciado para o próximo dia 1 de Maio, o segundo este ano, representa uma nova e inaceitável penalização dos orçamentos familiares.

Incidindo particularmente sobre os passes sociais (entre 2% nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e 3,5% nas restantes zonas do País) abrange também os outros títulos de transporte e pode globalmente atingir os 4%.

É um aumento que vem somar-se ao já verificado no início de Fevereiro e provoca um forte agravamento nos custos deste serviço fundamental, acentuando ainda mais a já injusta situação de os utentes dos transportes públicos em Portugal serem, de entre os utentes dos países da União Europeia, dos que maior fatia pagam do custo dos transportes.

É uma medida inserida numa orientação contrária à necessária aposta nos transportes públicos, que implica qualidade, regularidade, segurança e preços acessíveis.

2. O Governo não hesita, a propósito e a pretexto do impacto do aumento dos combustíveis nas empresas de transportes, em satisfazer as exigências para que continuem a ser garantidos os seus lucros. Com esta medida a seguir-se aos aumentos dos combustíveis, do gás, das taxas de juro sobre empréstimos e de outros preços e com a sua resistência ao aumento dos salários e das pensões, o Governo está a agir deliberadamente para a redução do poder de compra da população. É uma nova confirmação de que governa para os grupos económicos e os lobbies empresariais e contra os interesses dos trabalhadores e da população.

3. O PCP reclama do Governo que este aumento não vá para diante, considera necessário que a população faça ouvir a sua opinião e a sua indignação para evitar que tal injustiça se concretize, e reafirma a exigência de um aumento dos salários e das pensões que permita a reposição do poder de compra e a melhoria das condições de vida.

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