Resolução sobre o reconhecimento do Estado da Palestina

Votámos favoravelmente esta resolução por considerarmos que, apesar de estar eivada da visão mil vezes difundida pelo sionismo, constitui um sinal mínimo no sentido de reconhecer o direito inalienável do povo palestiniano ao seu Estado. No entanto, não podemos deixar de assinalar alguns aspectos negativos, nomeadamente:
- a insistência na "segurança" apenas aplicada ao estado de Israel (como se a Palestina não precisasse de segurança), procurando criar a ideia de que as fronteiras do estado da Palestina são desenhadas em função desse objectivo;
- a distinção entre "terrorismo" e "violência" e a condenação de todo o protesto violento, negando dessa forma o direito à insurreição e à resistência dos palestinianos face à ocupação israelita;
- a ausência de referência às resoluções da ONU (181, 194, 248, 332) ou à retirada dos territórios ocupados, o que, para além de outros objectivos, constitui uma forma de marginalizar a ONU neste processo;
- insta-se a uma "posição comum da UE" o que, no actual contexto, quando há países que, como a Suécia, já reconheceram a Palestina, significa uma tentativa de limitar o poder soberano dos Estados Membros de decidirem sobre o reconhecimento, e um travão aos países que queiram reconhecer o Estado da Palestina.

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