Pela nossa parte também condenamos os actos terroristas que ocorreram em França, da mesma forma que condenamos todos os atentados que ocorreram em muitos países do mundo. Não deixamos de fora, como faz a maioria do PE, o terrorismo de Estado praticado por países como Israel na Palestina, na Síria e no Líbano, ou o uso de aviões não tripulados pelos EUA contra populações indefesas em África, no Médio Oriente ou na Ásia. Trata-se de mais um episódio da hipocrisia que caracteriza a maioria do PE, defendendo simultaneamente a necessidade de tomar medidas de combate ao financiamento do terrorismo e a manutenção de relações privilegiadas com países que, como a Turquia ou a Arábia Saudita - mas não só! -, financiam, treinam e apoiam grupos terroristas. Trata-se na verdade de um acto de coerência de quem tem defendido o apoio a grupos terroristas, nomeadamente ligados à Al-Qaeda ou ao Estado Islâmico, para desestabilizar a Síria ou o Iraque.

O firme combate que deve ser travado contra o terrorismo, dentro ou fora da UE, exige uma profunda mudança das políticas e de forma nenhuma pode legitimar a vaga repressiva e violadora dos direitos, liberdades e garantias que é aqui reforçada, retirando ainda mais soberania dos Estados-membros em matéria de justiça.