Declaração de voto de Ilda Figueiredo no Parlamento Europeu

Reforço da segurança química, biológica, radiológica e nuclear na União Europeia

Se existisse uma efectiva preocupação em relação à segurança QBRN, não se insistiria na manutenção de um poderosíssimo arsenal nuclear de alguns países da UE, passível de ser utilizado em ataques militares, nem se permitiria a manutenção do estacionamento de armas nucleares norte-americanas em diversos países da Europa - numa acção que contraria frontalmente um dos três pilares do TNP que eufemísticamente se diz defender.

O relatório não faz qualquer referência a decisões, como a recentemente tomada pelo Reino Unido, de vender tecnologia nuclear à Índia, país não signatário do Tratado de Não Proliferação, ou à decisão da França e da Alemanha de cooperar na manutenção dos seus arsenais nucleares, invocando uma hipócrita "racionalização de custos". Também nada é dito sobre o apoio das principais potências da UE e da NATO ao projecto de instalação de sistemas antimíssil na Europa, e sobre a decisão da NATO de se manter como uma "aliança nuclear".

Num período de intensificação da crise do capitalismo, o que este relatório evidencia é que o que conta não são as declarações de intenções mas os actos concretos. E estes demonstram que o militarismo continua a afirmar-se como um recurso para a globalização económica capitalista.

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