No almoço CDU realizado na Guarda, Jerónimo de Sousa afirmou que "os programas de uns e outros – do PS, PSD e CDS -, são produtos das mesmas opções políticas e económicas determinadas pela mesma subordinação aos interesses dos grupos económicos e dos centros do capital financeiro. Que são instrumentos desse mesmo objectivo, com esta ou aquela diferença de ritmo ou intensidade, com esta ou aquela medida acessória para disfarçar o essencial".
O Secretário-Geral criticou o governo, e os partidos que o suportam, de "num acto de cinismo e descaramento, ir a Guimarães, simbolicamente ao Berço da Pátria, fazem questão de o afirmar, assinalar um ano da independência do País da troika".
"Eles que, não só assinaram o acto de rendição à troika sem o mínimo de dignidade patriótica, como tudo fizeram para tornar essa decisão uma inevitabilidade, querem aparecer agora aos olhos dos portugueses como os grandes libertadores do País.
Eles que se prestaram à mais humilhante submissão face ao directório das grandes potências, aos grandes centros do grande capital financeiro, particularmente servis à visão da Alemanha e aos seus interesses de potência hegemónica na Europa, que tudo calaram, obedientes e dóceis, vão fanfarrões e fingidos levantar em Guimarães o esplendor de Portugal.
Eles que golpeiam a nossa soberania vendendo as nossas empresas como quem vende bacalhau a pataco! Veja-se o caso da TAP. Trata-se de um crime contra o País. Não há privatizações boas e privatizações más. Não venha o PS com a proposta de privatizar aos bocadinhos! Com base nesta ideia foi-se a CIMPOR, a EDP, a PT. O PS deixa a porta do galinheiro aberta, o PSD põe a raposa lá dentro." sublinhou Jerónimo de Sousa.
"No bom caminho, dizem eles! Eles que acabaram de aprovar os chamados Programas Nacional de Reformas e de Estabilidade que mantêm o País amarrado às imposições e orientações da União Europeia. Programas que traduzem uma inaceitável amputação de soberania e que desmentem a propaganda mentirosa sobre a saída limpa do programa da troika!
Sim, estes programas mostram, é que Portugal não recuperou a sua soberania nem deixou de estar sob “protectorado” e que os portugueses não têm motivos para comemorar!
Pelo contrário, os mecanismos em vigor no âmbito da chamada Governação Económica, aliados ao Tratado Orçamental e às imposições da União Económica e Monetária, mantêm a submissão do nosso País às exigências da União Europeia e o processo de aprofundamento de integração capitalista.
Mas o que mostram estes Programas, para lá das manobras de mistificação e da falsa ideia da devolução parcial dos rendimentos roubados ao longo dos últimos anos, é a intenção de prolongar até 2020 a política de exploração e retrocesso imposta ao povo e ao País.
O que se mostra com estes Programas é a falsidade da afirmação de que as medidas ditas de austeridade eram temporárias, que durariam apenas enquanto durasse o Programa da Troika, mas o que temos aí na proposta do governo é a continuação do confisco nos salários e pensões, o aprofundamento da retirada de direitos aos trabalhadores, a continuação do ataque aos serviços públicos e às funções sociais do Estado – na Saúde, na Educação e na Segurança Social, e na Cultura" assinalou no almoço realizado na Escola Secundária da Sé.