Intervenção de Jorge Machado, Deputado e 1º Candidato da CDU às Eleições Legislativas pelo Círculo Eleitoral do Porto, Comício de apresentação da lista da CDU ao Círculo Eleitoral do Porto

O Porto, tal como o país, não está condenado a viver no buraco em que a política de direita o colocou

O Porto, tal como o país, não está condenado a viver no buraco em que a política de direita o colocou

Apresentamos hoje a lista dos candidatos da CDU, do distrito do Porto, para as próximas eleições legislativas. Uma lista composta por gente capaz, que conhece a realidade porque emana da realidade do nosso distrito. Uma lista de pessoas, homens e mulheres, jovens e menos jovens, que não se resignam, que não desistem e estão empenhados em dar, ao distrito e ao país soluções para um futuro digno, para uma vida melhor.

Uma lista composta por candidatos comprometidos com o projeto político da CDU, de transformação da sociedade, e não comprometidos com interesses pessoais ou dos grandes grupos económicos. Uma lista de pessoas que, com origens e características diferentes, estão nesta tarefa para servir o povo e os trabalhadores do distrito com a profunda convicção que é possível construir uma sociedade mais justa e solidária.

Esta é uma lista que colocará a rutura com esta política e o combate às injustiças e desigualdades no centro das atenções.

O nosso distrito, tal como o país, não está condenado a viver no buraco em que a política de direita o colocou.

Importa lembrar que o distrito do Porto sofreu, de uma forma particular, as consequências da política de direita agora concretizada pelo Governo PSD/CDS.

Se a situação económica e social do distrito do Porto já era profundamente marcada por injustiças, desemprego e pobreza, por culpa de sucessivos Governos, PSD/CDS e PS e os seus pactos de agressão, o distrito do Porto viu agravada a já gigantesca exploração a que os trabalhadores estão sujeitos, viu agravada a pobreza, viu milhares de jovens e menos jovens a emigrar, viu todos os indicadores económicos regredir.

É caso para dizer que com os Governos PSD/CDS e o anterior Governo PS o distrito do Porto só andou para trás.

Por culpa das opções políticas dos Governos PS/PSD e CDS, aquela que é a principal causa da pobreza e a principal preocupação dos portugueses - o desemprego -, atinge níveis inaceitáveis no país, e no distrito do Porto está acima da média nacional.

Ao mesmo tempo que temos desemprego acima da média nacional os salários estão abaixo da média e há milhares de trabalhadores que não recebem subsídio de desemprego.

Ao desemprego e salários de miséria juntam-se as reformas de miséria. Na verdade, depois de décadas de baixos salários e exploração, muitos trabalhadores enfrentam a reforma com muitas dificuldades.

Assim, não é por acaso que se registam no distrito do Porto, não obstante os gigantescos cortes operado por este Governo de desgraça nacional, o maior número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção e um dos maiores no complemento solidários para idosos.

Também não é por acaso que nos últimos quatro anos dezenas de milhares de pessoas deste distrito foram empurradas para a emigração forçada, muitas famílias entraram em insolvência e todos os dias há centenas de lares que ficam sem luz porque há um governo que prefere ver o povo a sofrer para que os acionistas da EDP e outros grupos económicos acumulem lucros escandalosos!

Este verdadeiro descalabro social não resulta por acaso, nem decorre de nenhuma fatalidade.

A situação dramática em que vivem milhares de famílias, a falta de emprego, os jovens que abandonam os estudos por falta de dinheiro para pagar propinas e as pensões de miséria que auferem muitos reformados após uma vida de trabalho resultam de opções políticas que ao longo dos anos os governos do PS e do PSD/CDS foram tomando. Foram opções que atiraram o distrito para a situação mais grave do ponto de vista económico e social desde o fascismo.

Ao longo deste mandato tivemos presente esta realidade e apresentamos na Assembleia da República, um projeto de resolução que definia a criação de um Plano de Emergência Social para o Distrito do Porto. Apesar do PSD e do CDS terem chumbado, não desistiremos.

Sabemos que é necessário, urgente e possível a criação de um plano integrado de medidas que respondam à situação de emergência social em que o distrito se encontra e que garanta:

- O recenseamento urgente das situações de pobreza, das famílias que vivem sem água e luz, e a intervenção com vista à inclusão social.

- O aumento do investimento público com o objetivo de dotar o distrito das infraestruturas capazes de aumentar a competitividade e a qualidade de vida das pessoas.

- Reforço dos serviços público com particular destaque para os da área da saúde, educação e segurança social.

- O aumento das qualificações atendendo às necessidades do tecido produtivo.

- A aposta na investigação científica que permita, em articulação com os setores produtivos, encontrar novas áreas de produção e desenvolvimento industrial.

- A criação de um programa de intervenção específica para as sub-regiões do interior como o Vale do Ave ou do Vale do Sousa e Baixo Tâmega.

- O investimento na rede pública de equipamentos sociais.

- Uma redefinição dos critérios e prioridades na utilização dos fundos comunitários para modernizar a ferrovia, a construção de novas linhas do metro e até a construção de equipamentos sociais.

- E por fim, a criação de mecanismos no plano distrital que viabilize a elevação dos salários e o aumento do poder de compra.

É possível romper com o desastre, o sofrimento, as injustiças e as desigualdades. A CDU tem soluções para o distrito.

Com uma melhor distribuição da riqueza, valorizando salários e reformas e pensões, mais justiça fiscal, pondo os mais ricos a pagar os impostos que deviam pagar e não pagam para diminuir os impostos sobre os trabalhadores, aumentando a produção nacional, com a renegociação da dívida e a rejeição das imposições da união europeia que são um verdadeiro garrote ao nosso desenvolvimento soberano, podemos dar a volta a isto e construir um país onde quem vive do seu salário ou reforma seja feliz.

É preciso dar mais força à CDU, eleger mais deputados da CDU para termos mais força para defender quem vive e trabalha neste distrito. É preciso dar mais força à CDU para penalizar quem promoveu a introdução de portagens nas ex-SCUT e cancelou de importantes investimentos que há muito a região reclama.

É preciso dar mais força à CDU para impedir que prossigam os favorecimentos, a opacidade e os atos ilícitos, como é exemplo do processo relacionado com o depósito dos resíduos perigosos em São Pedro da Cova cuja remoção total e a requalificação daquela zona continuaremos a exigir, por muito que governantes e exgovernantes do PS, PSD e CDS não queiram.

É preciso dar mais força à CDU para que ora PSD/CDS ora PS não continuem a afundar o nosso distrito e a tornar a vida da pessoas um autêntico inferno.

Há outro caminho, há soluções e alternativas, mas estas não passam por quem nos últimos 39 anos afundou o nosso distrito e o país, ou seja o PS/ PSD e CDS, mas sim pelo reforço da CDU a única alternativa para quem vive do seu salário ou reforma.

Com a apresentação dos nossos candidatos podemos dizer que temos projeto para transformar a sociedade e temos gente, séria e capaz de dar corpo e voz a esse projeto que recupera e projeta os valores de Abril no futuro de Portugal.

Com este passo dado, o da apresentação da lista, todos nós, ativistas, militantes e apoiantes da CDU nos transformamos em candidatos da CDU. E se cada um de nos juntar à nossa força um amigo, um colega do trabalho ou um familiar podemos encarar as eleições com otimismo e podemos olhar para o futuro com a certeza que outro modelo da sociedade, não só possível, como urgente.

Viva a CDU

  • CDU Legislativas 2015