Declaração de voto de Ilda Figueiredo no Parlamento Europeu

Política de luta contra o terrorismo da UE: principais realizações e dasafios futuros

Dez anos após o terrível crime contra o povo dos EUA que foi o atentado do 11 de Setembro, a realidade demonstra como o imperialismo o instrumentalizou, desencadeando uma paranóia securitária que serviu para a profusão da falsa dicotomia segurança/liberdade, com as gravíssimas consequências conhecidas: invasão e ocupação de países soberanos, centenas de milhares de mortos, milhões de refugiados, criação de campos de concentração e uma rede mundial de prisões secretas, ou mesmo a adopção de legislações que restringem e prevêem a suspensão de direitos democráticos.

Estes abusos, muitos deles com a responsabilidade partilhada da UE ou, no mínimo, com a sua conivência, são parte integrante da estratégia de uma pressuposta "luta contra o terrorismo" que rejeitamos (e onde se insere este relatório), pois não representa qualquer mais-valia no combate ao terrorismo real e à criminalidade transnacional a ele associado. Pelo contrário, comporta, isso sim, perigos reais à segurança e liberdades fundamentais dos cidadãos nos diferentes Estados-Membros.

Além disso, este relatório branqueia o que foram efectivamente os dez anos da dita "luta contra o terrorismo", escamoteando as causas que alimentam o terrorismo e omitindo o terrorismo de Estado. Por isso, votámos contra este relatório.

  • Soberania, Política Externa e Defesa
  • União Europeia
  • Declarações de Voto
  • Parlamento Europeu