Intervenção de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Pirataria Marítima

É evidente que o problema da pirataria marítima deve ser combatido. No entanto, a pretexto do combate à pirataria marítima não devem, de forma nenhuma, ser postos em prática planos imperialistas de controlo marítimo de águas internacionais, de controlo de regiões geoestrategicamente importantes, de acesso a recursos naturais ou dos seus fluxos, como pode ser o perigo no caso do Corno de África. O que é determinante para combater a pirataria marítima é combater as causas que lhe estão associadas, nomeadamente combater a pobreza a que os povos de países africanos foram votados no quadro do sistema capitalista que sempre utilizou estes países para abastecer os países centrais de matérias-primas a baixo custo. Neste sentido, o que é necessário é uma verdadeira política de desenvolvimento que respeite a soberania destes países e destes povos. O que é necessário é a rejeição da militarização da União Europeia, e o respeito pelo direito internacional, pela Carta das Nações Unidas, pelos princípios de soberania e de não ingerência, pelo desenvolvimento de relações económicas internacionais mais equitativas e mais justas.

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