Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Privatização da CP Carga e EMEF - mais um crime contra o País!

Privatização da CP Carga e EMEF - mais um crime contra o País!

Face ao anúncio do governo, após a reunião do Conselho de Ministros, de que irá proceder a mais privatizações, neste caso, as da CP Carga e EMEF, o PCP considera o seguinte:

1- Trata-se de mais um crime contra os interesses nacionais, inserido numa estratégia há muito desenvolvida por sucessivos governos e à qual o Governo PSD/CDS tem dado continuidade, de entrega ao grande capital, sobretudo estrangeiro, de importantes empresas estratégicas, como é o caso das empresas públicas de transportes. Um crime realizado por um governo social e politicamente derrotado que procura, no tempo que lhe resta, levar por diante o mandato que lhe está conferido pelos grandes interesses.

2- O Governo mente quando procura justificar mais estas privatizações com a suposta impossibilidade destas empresas – tal como na TAP - receberem apoios públicos para se desenvolverem. Na verdade, o Governo quer simular que está obrigado a liquidar ou privatizar, quando essas são as únicas opções que ele próprio admite. O Governo português quer simular que a decisão será da União Europeia, quando a decisão cabe sempre ao Estado português. A verdade é que o Governo português está já negociar, como o próprio admite, com vários grupos económicos o futuro da ferrovia nacional, procurando garantir a estes grupos lucros durante muitos anos, à custa dos direitos dos trabalhadores, do aparelho produtivo, da segurança ferroviária, da modernização e desenvolvimento do nosso País.

3- A CP Carga (transporte de mercadorias) e a EMEF (manutenção de equipamento ferroviário) não estão condenadas à privatização e destruição. O seu papel estratégico para a economia nacional pode e deve ser potenciado, com mais investimento público, com uma maior e mais profunda articulação com o aparelho produtivo nacional, com uma opção estratégica de desenvolvimento e modernização da rede de transportes no plano nacional, mas tal opção, é inseparável de uma ruptura com a política de direita que tem vindo a ser concretizada pelo PS, PSD e CDS nos últimos 38 anos e de uma outra política e um outro governo, patrióticos e de esquerda, que em vez de servir os interesses do capital esteja vinculado aos interesses do povo e do País.

4- Ao mesmo tempo que é necessário intensificar a luta dos trabalhadores na defesa destas empresas, luta que contará com a solidariedade do Partido Comunista Português, o PCP sublinha que, se entretanto o Presidente da República promulgar este Decreto-lei do Governo (situação que confirmaria uma vez mais a sua actuação contrária aos interesses nacionais), tomará a iniciativa de requerer a apreciação parlamentar deste documento.

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