Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Sobre os 20 anos da “queda do muro de Berlim”

Em resposta à questão colocada sobre os 20 anos da “queda do muro de Berlim”, o PCP adianta o seguinte:

“Contrariando o comemorativismo e triunfalismo que o Capitalismo quer impor à humanidade, a propósito dos 20 anos da «queda do muro de Berlim», a verdade é que o mundo está hoje mais injusto, mais desigual, mais perigoso e menos democrático.

Intensifica-se a opressão e exploração dos povos – a começar por muitos dos ex-países socialistas, com a regressão de direitos laborais, a privatização de funções do Estado, com a ofensiva contra direitos e liberdades historicamente alcançados. A pobreza, a emigração em massa e a fome marcam a vida de milhões de seres humanos, enquanto uma pequena minoria acumula fortunas colossais. Acentuou-se o efeito devastador das crises do capitalismo, com o seu rasto de destruição, desemprego e pobreza.

O imperialismo tirou também partido da nova correlação de forças no plano internacional – depois do desaparecimento da URSS - para lançar uma violentíssima ofensiva visando impor a sua hegemonia planetária. Centenas de milhar de mortos e milhões de feridos, desalojados e refugiados – do Iraque ao Líbano e aos Balcãs, do Afeganistão à Palestina – são o saldo da cruzada de guerra, a que se associa uma nova corrida aos armamentos e o recrudescimento do militarismo, que ilustram bem a natureza agressiva e criminosa do imperialismo. Esta é a verdadeira face destes “20 anos”, que as classes dominantes celebram hoje com entusiasmo.

As “comemorações de regime” a que assistimos - com o seu carácter profundamente anti-comunista - são uma operação de reescrita da história e de branqueamento do capitalismo. Procurando a criminalização do ideal e dos Partidos comunistas, dos valores de solidariedade, igualdade e justiça que movem a luta dos trabalhadores e dos Povos de todo o mundo, o capitalismo quer ocultar as suas responsabilidades sobre os enormes problemas do presente, a dimensão da actual crise, o rasto de destruição e morte que as suas guerras impõem aos Povos e legitimar os objectivos de aprofundamento da sua ofensiva.

Em Portugal e no mundo, se há coisa que estes 20 anos confirmam é a de que o capitalismo não só é incapaz de resolver os grandes problemas da humanidade e do Planeta, como é o principal factor do seu agravamento. Como confirmam que a solução dos problemas da humanidade não está nas contra-revoluções que há 20 anos varreram o Leste europeu. O Socialismo, cujas portas foram abertas pela grande Revolução de Outubro, faz agora 93 anos, emerge assim, no início deste novo século, como uma inadiável exigência da actualidade e do futuro, como uma alternativa possível e necessária que mobiliza a luta de milhões de pessoas em todo o mundo e inspira a intervenção do Partido Comunista Português.”

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