Intervenção de Mariana Rocha, Membro da Direcção da Organização Regional de Leiria, XIX Congresso do PCP

Organização Regional de Leiria

 Organização Regional de Leiria

Camaradas,

O distrito de Leiria, como o resto do país, enfrenta uma grave situação resultado da política de direita dos governos PS, PSD e CDS, agora agravada pelo Pacto de Agressão.

Prossegue a destruição do aparelho produtivo regional, na construção e obras públicas, em vários sectores industriais e a acentuada redução de explorações agrícolas e pecuniárias.

Além disso, debatemo-nos com a falta de apoio ao sector da pesca, particularmente à frota do cerco, e assistimos ao colapso do pequeno comércio tradicional e da restauração.

O que marca a situação no plano social é o ataque aos rendimentos do trabalho e aos direitos laborais e sociais. A par disso, são perseguidos dirigentes e activistas sindicais.

De 2008 até agora encerraram mais de 1000 empresas, criando um exército de desempregados, cujo número real ultrapassa já os 40.000, 47% dos quais sem qualquer subsídio.

Destruição de postos de trabalho, em larga medida por processos de insolvência, alguns fraudulentos – situações que têm encontrado forte e determinada resistência dos trabalhadores, como foram o caso da fábrica de porcelanas Bonvida e Frazarte, na Batalha, da fábrica de plásticos Grandupla na Marinha Grande, ou da Sardinal, em Peniche.

A ofensiva também se faz sentir em relação aos serviços públicos: tentativa de extinção de freguesias, tribunais, escolas, linha do Oeste, serviços de saúde, nomeadamente o Hospital Termal das Caldas da Rainha.

Camaradas,

Desde o último Congresso travámos muitas lutas, lado a lado com os trabalhadores e as populações.

Dessas lutas temos conhecido vitórias, como a grandiosa luta dos trabalhadores da fábrica Bordalo Pinheiro, nas Caldas da Rainha, que resultou na manutenção da empresa e dos postos de trabalho, e da Europack Embalagem (ex-Portucel), em Leiria, pela defesa dos direitos e dos salários.

A luta dos trabalhadores da fábrica de conservas ESIP, em Peniche, pela passagem a efectivos centenas de trabalhadores, contra a deslocalização da empresa e pelo aumento dos salários.

A luta dos trabalhadores contra a retirada do feriado do 18 de Janeiro, na Vista Alegre Atlantis, em Alcobaça.

A luta dos trabalhadores dos CTT, em Leiria, Marinha Grande, Caldas da Rainha, e das populações de Valado dos Frades e Santa Catarina, contra o encerramento dos correios.

A luta dos trabalhadores e das populações triunfou em Peniche, Caldas da Rainha e Bombarral, na defesa dos hospitais e do Centro de Saúde; contra o encerramento da escola Básica do 1º Ciclo de São Mamede no concelho de Bombarral, e pela modernização e requalificação da Linha do Oeste.

Com a greve no sector do vidro de embalagem, no passado dia 5 de Outubro, na Santos Barosa – Marinha Grande, os trabalhadores venceram. Da mesma forma sairá vitoriosa a luta da B. A. Vidros, contra a retirada de direitos e remunerações. Hoje mesmo, camaradas, a greve está com uma adesão de 98%. Daqui saudamos a luta dos trabalhadores vidreiros!

A intensificação e ampliação da luta no distrito provou que temos um Partido em condições de reforçar a sua intervenção e organização, como foi visível com a grande Greve Geral.

Camaradas,

A compreensão da importância da organização do Partido nas empresas e locais de trabalho, bem como a definição de objectivos para a estruturação do colectivo partidário foram transversais em todas as reuniões e assembleias das fases preparatórias do nosso XIX congresso.

Nas reuniões que realizámos na Organização Regional de Leiria, as questões mais abordadas foram as relativas ao ponto sobre o Partido, a par do acordo generalizado com as Teses e com as propostas de alteração ao Programa.

A construção do nosso Congresso, num quadro de intensificação das lutas, revelou uma organização forte e combativa, apesar das dificuldades que urge ultrapassar, mas afirmou também um colectivo unido e empenhado na concretização das importantes tarefas que se colocam aos comunistas.

Fortalecer a organização é determinante para o desenvolvimento da luta contra a política de direita, contra o Pacto de Agressão, para a construção da Democracia Avançada.

Com os valores de Abril no futuro de Portugal, pelo Socialismo e pelo Comunismo

Viva o XIX Congresso do PCP!

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