Declaração de voto de João Ferreira no PE |
Prioridades para o orçamento de 2011 - Secção III - Comissão |
Quinta, 25 Março 2010 |
As prioridades propostas para o orçamento 2011, não obstante a retórica social, incontornável em tempos de crise, são razoavelmente claras quanto à intenção de manter, no essencial, as prioridades que têm orientado os orçamentos anteriores.
Uma vez mais, aponta-se para um orçamento ao serviço do aprofundamento do mercado único, da precariedade laboral, vulgo "flexigurança", das liberalizações, da mercantilização do ambiente e esferas crescentes da vida social. Tratam-se de orientações velhas ainda que agora reunidas na dita nova "Estratégia 2020". A prioridade anunciada à juventude, não esconde que o que se pretende é antecipar desde já às novas gerações de trabalhadores um futuro em que o desemprego é estrutural, encarado como uma variável estratégica para impor a desvalorização da sua força de trabalho, mesmo que qualificada, obrigando-os a saltar de trabalho precário em trabalho precário, alternando-os com o desemprego inevitável.
Estas são prioridades que colocam também o orçamento para 2011 ao serviço do intervencionismo externo da UE, da PESC e da PESD, do militarismo e da guerra, das políticas que criminalizam a imigração, do FRONTEX.
Assim sendo, o relatório não podia merecer senão o nosso voto contra. Mas este não é nem o único nem um caminho inevitável. Isso mesmo procurámos demonstrar com as várias propostas que apresentámos durante o debate.
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