São inadmissíveis as decisões de ontem do Conselho Ecofin. Enquanto os especuladores continuam com as mãos livres para os ganhos escandalosos e uma efectiva tributação das transacções financeiras continua adiada, com os paraísos fiscais a florescem, aproveitaram o pretexto da crise para praticar o maior atentado à democracia. Tentaram transformar os deputados nacionais numa espécie de marionetas europeias, ao obrigar os orçamentos nacionais a uma fiscalização prévia do "directório europeu", como se já não bastasse a forte condicionalidade do Pacto de Estabilidade e os seus critérios irracionais.
A dita " coordenação económica" prevista nos Tratados não pode justificar, nem no plano europeu, nem no plano nacional, tal atropelo à soberania de cada Estado-Membro num ponto nevrálgico do seu desenvolvimento económico e social.
Foram longe de mais na defesa dos grupos económicos e financeiros e isso terá graves consequências para os povos da União Europeia. Por isso, aqui fica o nosso protesto e a certeza de que as lutas dos trabalhadores e dos povos se vão intensificar nesta União Europeia.