Declaração de voto de Pedro Guerreiro sobre Situação no Médio Oriente / Gaza
Apesar de apelar ao cessar-fogo, questão premente, com que estamos de acordo, a resolução aprovada pelo PE sobre a gravíssima situação na Faixa de Gaza é muito insuficiente, contendo mesmo aspectos negativos, tanto mais se confrontada com a resolução do Conselho de Direitos Humanos da ONU (CDHNU), de 12 de Janeiro. O PE:
- Perante a brutal agressão, os crimes, as violações dos mais elementares direitos humanos, não tem uma palavra de condenação de Israel.
- Reafirma a sua ambiguidade, escamoteando que na Palestina há um colonizador e um colonizado, um agressor e uma vítima, um opressor e um oprimido, um explorador e um explorado, iludindo as responsabilidades de Israel.
- Branqueia as responsabilidades da UE, que é cúmplice com a impunidade de Israel. Veja-se a recente decisão de reforçar as relações bilaterais com este país ou o vergonhoso voto de abstenção dos países da UE na resolução adoptada pelo CDHNU.
- E, numa situação tão grave como actual, não denuncia o desrespeito das resoluções da ONU por parte de Israel, do fim da ocupação, dos colonatos, do muro de segregação, dos assassinatos, das detenções, das inúmeras humilhações infligidas ao povo palestiniano - nem sequer, o seu inalienável direito a um Estado, nas fronteiras de 1967, com capital em Jerusalém Leste!